Terapia da natureza
No final de 2020, médicos canadenses viraram manchete em todo o mundo por "receitar natureza", fazendo recomendações de tempo que os pacientes deviam ficar ao ar livre, com base em pesquisas que mostram que pessoas que passaram duas ou mais horas por semana na natureza melhoraram sua saúde e bem-estar.
Na verdade, têm sido tantos estudos mostrando que a natureza faz bem à saúde, que pesquisadores noruegueses decidiram fazer uma revisão de todos eles, verificando a qualidade dos estudos, a metodologia utilizada e tentando colocar os resultados na mesma base.
O professor Simone Grassini e seus colegas da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia selecionaram todos os estudos em que os pesquisadores incluíram um grupo que fazia caminhadas em regiões com árvores e um grupo de controle que não fazia caminhadas em áreas arborizadas - em ambos os tipos de estudo, os voluntários eram pacientes com registros de ansiedade ou de depressão.
Quando os resultados foram colocados na mesma base, todos os estudos dizem a mesma coisa: Uma caminhada na floresta realmente ajuda contra a ansiedade e a depressão.
"Essas caminhadas são um método eficaz e simples para esses problemas, contra os quais tantas pessoas se defrontam," disse Grassini.
É a natureza ou o exercício?
Mas ainda restam questões a serem respondidas.
É o próprio exercício que desata nossos nós mentais? Ou será a natureza, com a quietude e o farfalhar das folhas? Será que funcionaria tão bem apenas sentar em um tronco e ficar olhando a floresta? Ou é a combinação de exercício e natureza que faz o efeito? Um pequeno passeio é suficiente ou são necessárias viagens regulares à floresta?
Não é simples obter essas respostas, pelo menos do ponto de vista científico. "Ninguém fez uma análise sistemática dessas porque, como sabemos, toda pesquisa custa dinheiro," disse Grassini.
Mas o pesquisador acredita que já temos algumas peças do quebra-cabeças.
Estudos de laboratório mostram que mesmo exposições curtas a imagens e vídeos da natureza levam a uma mudança na atividade cerebral relacionada ao relaxamento e ao bem-estar. Enquanto isso, outras pesquisas mostraram que o exercício em si tem um efeito positivo na experiência de bem-estar.
"Estudos realizados ao ar livre mostraram que mesmo uma curta exposição a um ambiente de floresta leva a menos atividade no centro do medo do cérebro," acrescenta Grassini.
Ele lembra ainda que, embora o poder curativo da natureza não tenha sido ainda analisado integralmente por meio de métodos padronizados, isto é algo sobre o qual muitos filósofos têm nos dado recomendações há milênios.
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