Queimando o tumor por dentro
Uma nova terapia contra o câncer usa um escâner comum de ressonância magnética para guiar uma semente magnética através do cérebro para aquecer e destruir tumores.
A terapia, que funcionou bem em cobaias, foi batizada de "ablação minimamente invasiva guiada por imagem" ou MINIMA.
A "semente" é uma nanopartícula ferromagnética que pode ser aquecida por luz (fototermal). O aparelho de ressonância magnética guia essas nanopartículas até o tumor cerebral usando gradientes de força magnética precisamente ajustados. Quando o tumor é atingido, as partículas são aquecidas remotamente e destroem as células cancerígenas próximas.
Os experimentos em camundongos estabeleceram essa prova de conceito para o tratamento preciso e eficaz do glioblastoma, um câncer cerebral de difícil acesso, mas também poderá ser usado para tratar outros cânceres, como o de próstata. Além de destruir apenas o tumor, e não o tecido em volta, a terapia dispensa as cirurgias invasivas e com elevada ocorrência de efeitos colaterais indesejáveis.
"A MINIMA é uma nova terapia guiada por ressonância magnética que tem o potencial de evitar os efeitos colaterais tradicionais ao tratar com precisão o tumor sem prejudicar os tecidos saudáveis. Como a semente de aquecimento é magnética, os campos magnéticos no escâner de ressonância magnética podem ser usados para orientar remotamente a semente. Uma vez no tumor, a semente pode ser aquecida, destruindo as células cancerosas, enquanto causa danos limitados aos tecidos saudáveis circundantes," resumiu o professor Mark Lythgoe, da Universidade College de Londres.
Sem cirurgia e com cirurgia sem corte
A equipe demonstrou os três componentes principais da terapia experimental com um alto nível de precisão: O imageamento preciso das sementes; a navegação através do tecido cerebral usando um sistema de ressonância magnética customizado, rastreado com precisão de 0,3 mm; e a erradicação do tumor aquecendo-o no cérebro de camundongos.
As sementes térmicas ferromagnéticas têm forma esférica, com 2 mm de diâmetro e são feitas de uma liga metálica. Elas são implantadas superficialmente no tecido antes de serem navegadas para o tumor.
"A longo prazo," acrescentou o professor Lythgoe, "vamos mudar a forma da semente para que ela funcione como um pequeno bisturi de corte, que poderá ser guiado através do tecido, o que permitiria aos cirurgiões realizar operações controladas remotamente, revolucionando a cirurgia não invasiva."
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