Luz e relógio biológico
Perturbar o tique-taque do seu relógio biológico pode lhe trazer problemas de sono e atenção, problemas cardiovasculares e até mesmo depressão.
Já se sabe, por exemplo, que o trabalho noturno pode provocar um caos no metabolismo, além de causar problemas ao sono e à saúde em geral, tudo devido a alterações induzidas no relógio biológico.
Mas o que fazer se o ritmo da sua vida diária exige que você adote horários flexíveis, ainda que por um curto período?
A saída pode estar na luz que você usa para iluminar seus ambientes.
Raymond Najjar, do Instituto Nacional de Pesquisas Médicas da França, descobriu que um determinado tipo de luz artificial é capaz de sincronizar os ritmos biológicos mesmo na ausência da luz solar.
Luz para acertar o relógio biológico
Já se sabia que a luz azul pode ajudar a regular o relógio biológico de trabalhadores noturnos.
Mas Najjar queria estudar condições extremas, que ele encontrou entre os membros da estação de pesquisa polar internacional Concórdia, isolada no meio da Antártica, onde noites e dias podem durar meses, dependendo da estação.
Durante nove semanas do inverno polar (sem luz solar durante o dia), a equipe da estação foi alternadamente exposta a uma luz branca comum e a uma luz branca enriquecida com comprimentos de onda azul - um tipo especial de luz fluorescente que é percebida como branca pelos nossos olhos.
Durante as "semanas de azul" foram observados um aumento no sono, melhores reações e mais motivação entre a tripulação. Além disso, enquanto se constatou uma tendência a variações no ritmo cardíaco durante as "semanas brancas", nenhuma perturbação do coração foi observada durante as "semanas azuis".
Além disso, os efeitos da luz azul se mostraram duradouros.
Aplicações práticas
O estudo mostra que um espectro de luz otimizado, enriquecido com comprimentos de onda curta (azul), pode permitir que o sistema circadiano se sincronize corretamente, e que funções não visuais podem ser ativadas em situações extremas onde a luz solar não está disponível por longos períodos de tempo.
Segundo os pesquisadores, estes resultados podem ser rapidamente transformados em aplicações práticas para ambientes de trabalho que são mal ou pouco iluminados, como centrais térmicas e nucleares, escritórios sem janelas, submarinos, missões espaciais e, claro, estações polares de pesquisa.
Com as novas informações, é possível projetar estratégias de iluminação destinadas a manter a saúde, a produtividade e a segurança dos trabalhadores.
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