Diagnóstico precoce
O diagnóstico precoce do Mal de Alzheimer, além dos óbvios benefícios à saúde, traz também ganhos financeiros e sociais para os países.
Há intervenções médicas que são eficazes nos estágios iniciais da doença de Alzheimer, algumas das quais podem ser mais eficazes quando são adotadas mais cedo, e há um forte argumento econômico em favor do diagnóstico precoce e da intervenção oportuna.
Estas são conclusões do Relatório Mundial de Alzheimer 2011, que ressalta "os benefícios do diagnóstico e da intervenção precoces," divulgado hoje pela ADI (Alzheimer's Disease International).
Diagnóstico tardio
Martin Prince e seus colegas da Universidade Kings College London realizaram uma revisão abrangente e sistemática de todas as evidências sobre o diagnóstico e a intervenção precoces da demência.
Atualmente, a maioria das pessoas com demência recebe um diagnóstico tardio no curso da doença, quando recebe tal diagnóstico, o que resulta em uma substancial "lacuna no tratamento".
Isso limita bastante o acesso a informações valiosas sobre tratamento, cuidados, apoio e suporte, criando problemas para todos os envolvidos - pacientes, familiares, cuidadores, comunidades e profissionais de saúde.
Veja a seguir algumas das conclusões do novo relatório.
Relatório Mundial de Alzheimer 2011
Cerca de três quartos (75%) das 36 milhões de pessoas que se estima terem o Mal de Alzheimer em todo o mundo não foram diagnosticadas e, portanto, não podem se beneficiar da informação, do tratamento e dos cuidados necessários e disponíveis.
Nos países mais ricos, entre 20% e 50% dos casos de demência são reconhecidos e documentados na atenção primária. Nos países de renda baixa e média, essa proporção pode ser tão baixa quanto 10%.
A incapacidade de diagnosticar frequentemente resulta da falsa crença de que a demência é uma parte normal do envelhecimento, e que nada pode ser feito para ajudar. Pelo contrário, o novo relatório conclui que as intervenções podem fazer a diferença, mesmo nos estágios iniciais da doença.
Medicamentos e intervenções psicológicas para as pessoas com demência em estágio inicial podem melhorar a cognição, a independência e a qualidade de vida. O apoio e o aconselhamento para os profissionais de saúde podem melhorar o humor e reduzir a tensão dos cuidadores e retardar a internação de pessoas com demência.
Os governos, preocupados com o aumento dos custos dos cuidados de longo prazo ligados à demência, devem começar a gastar agora para economizar mais tarde. Com base em uma revisão de análises econômicas, o relatório estima que o diagnóstico precoce poderia render uma economia líquida de mais de US$10.000 por paciente nos países de alta renda.
Para isso, a instituição autora do relatório recomenda que cada país tenha uma estratégia nacional em relação à demência/Alzheimer que promova o diagnóstico e a intervenção precoces.
Autoridades de saúde e Alzheimer
Mais especificamente para os governos, o relatório recomenda algumas ações:
Promover a competência básica entre os médicos e outros profissionais de saúde na detecção precoce da demência nos serviços de cuidados primários - postos de saúde e pronto-atendimentos.
Sempre que possível, criar redes de centros especializados de diagnóstico para confirmar o diagnóstico em estágio inicial da demência e formular planos de gestão dos cuidados.
Em locais de poucos recursos, aplicar as diretrizes divulgadas recentemente pela Organização Mundial da Saúde para o diagnóstico e o tratamento inicial por parte de trabalhadores em saúde não-especialistas.
Divulgar a disponibilidade de intervenções baseadas em evidências que sejam eficazes na melhoria da função cognitiva, tratamento da depressão, melhorando o humor do cuidador e retardando a internação.
Aumentar o investimento em pesquisas, especialmente em estudos controlados para testar novas drogas durante longos períodos de tempo, e para testar a eficácia de intervenções com particular relevância para a demência em estágio inicial.
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