Oxigênio e envelhecimento
A compreensão do processo de envelhecimento em seres humanos acaba de receber um impulso de um estudo que esclarece o impacto da exposição ao oxigênio sobre o processo de envelhecimento das células.
Os resultados da pesquisa poderão abrir o caminho para novos tratamentos contra doenças associadas ao envelhecimento, afirmam pesquisadores das universidades de Surrey (Reino Unido) e Rochester (EUA) em um artigo publicado na revista Aging.
Apesar da crença largamente difundida pela comunidade científica e pela imprensa de que a sensibilidade ao estresse oxidativo - o conhecido papel dos radicais livres livres - está associado a um menor tempo de vida, o novo estudo é mais um em uma longa série de trabalhos que mostram que isto não ocorre na maior parte dos casos.
A equipe descobriu que a sensibilidade ao estresse oxidativo não é necessariamente associada com a longevidade.
Elixir da vida que não funciona
Para investigar se havia alguma correlação entre o processo de envelhecimento biológico e a sensibilidade ao oxigênio, a equipe comparou a taxa de crescimento de células do pulmão e da pele de tecidos conjuntivos de 16 espécies de roedores, cuja vida média varia de 4 a 32 anos, e que normalmente são usados em pesquisas.
O camundongo de laboratório foi a única espécie que demonstrou uma forte sensibilidade ao oxigênio. Curiosamente, as células dos mesmos camundongos selvagens, juntamente com rato-toupeira-pelado, hamsters, rato almiscarado, marmota, capivara, paca, esquilo e castor mostraram-se apenas levemente sensíveis ao oxigênio. Já as células de rato, rato-do-deserto, rato-veado, cobaia e chinchila não foram afetadas pela concentração de oxigênio.
"Nossos resultados abrem muitas áreas de exploração no campo do envelhecimento e da medicina regenerativa. Com estes novos insights será muito interessante saber se grandes mamíferos não roedores de interesse veterinário, incluindo gatos, cães e cavalos teriam a mesma reação ao oxigênio que a encontrada em roedores. Hoje em dia, embora as pessoas considerem os antioxidantes como o chamado 'elixir da vida', nossos resultados lançam dúvidas sobre essa afirmação, pelo menos para alguns roedores, com os camundongos de laboratório sendo uma exceção," disse o professor Augusto Coppi, coordenador do estudo.
Melhores modelos
Assim, ainda que os camundongos sejam muito populares entre os cientistas, este estudo demonstra que eles não são um modelo adequado para pesquisas sobre o envelhecimento.
Veja outros estudos que questionam o papel dos antioxidantes e dos radicais livres:
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