Consulte um livro-texto e você vai verificar que a ciência afirma que um ser humano possui cerca de 400 receptores olfativos, o que nos capacitaria a detectar cerca de 10 mil aromas diferentes.
Isso vem sendo repetido desde 1927, mas até agora ninguém havia se disposto a checar os experimentos e atualizar as informações.
Quem o fez foi Andreas Keller e seus colegas da Universidade Rockefeller (EUA).
E os resultados, embora um tanto controversos, foram radicalmente diferentes: segundo a nova teoria, seríamos capazes de cheirar 1 trilhão de aromas, se é que existem tantos.
Segundo os pesquisadores, para ver que o número anterior estava errado, basta comparar o olfato com a visão: na retina, temos três tipos de receptores de luz, o que nos capacita a ver 10 milhões de cores.
Com 400 receptores olfativos, então, o número de cheiros que podemos cheirar supera a casa dos bilhões.
Keller idealizou um experimento em que 128 fluidos eram misturados e os voluntários tinham que dizer quais de três odores eram iguais.
O experimento foi feito com apenas 26 pessoas, mas bastou extrapolar os resultados para chegar à impressionante cifra de 1 trilhão de odores.
Se o número que vigorou por quase um século - 10.000 aromas - parece pequeno, igualmente o novo número - 1 trilhão - pode parecer exagerado, mas os cientistas afirmam que ele ainda pode ser baixo.
Por outro lado, ainda não foi estudada a capacidade de cada receptor olfativo em identificar moléculas individuais - os pesquisadores se concentraram mais na possibilidade de mistura das moléculas.
Além disso, já se sabe que possuímos receptores olfativos nos pulmões, e mesmo nosso coração e sangue podem sentir cheiros - se for uma mera questão de multiplicação, o número pode mesmo ir à estratosfera.
Se você experimentasse um aroma a cada 10 segundos, levaria mais de 3 milhões de anos para sentir 1 trilhão de cheiros - sem dormir, sem parar para comer e sem morrer.
Isso talvez explique por que o olfato é, de longe, o sentido humano menos conhecido.
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