16/02/2012

Programa de computador supera humanos e alcança QI 150

Redação do Diário da Saúde

O que é inteligência?

O que significa inteligência?

No século 19, ser inteligente significava que você tinha uma boa capacidade de memorizar coisas.

No século 20, ser inteligente passou a significar tirar notas altas em teste de QI (quociente de inteligência), cuja média na sociedade era 100 da última vez que foi aferida.

Se isto continua sendo verdade para o século 21, então acabou de nascer um computador muito mais inteligente do que a média dos humanos.

Pesquisadores suecos acabam de criar um programa de computador com um QI de 150.

Teste de QI para computadores

Testes de QI, ou testes de inteligência, são baseados em dois tipos de problemas: matrizes progressivas, que testam a capacidade para ver padrões em desenhos, e sequências numéricas, que testam a capacidade para ver padrões em números.

Os melhores programas matemáticos construídos até hoje só muito raramente atingem um QI igual a 100 - ou seja, ficam abaixo da média humana.

Isso agora foi superado por um programa criado por Claes Strannegard e seus colegas da Universidade de Gotemburgo.

Segundo ele, já é hora de tentar criar programas de computador mais espertos, eventualmente dotadas da chamada inteligência artificial: "Nós estamos tentando criar programas que possam descobrir os mesmos tipos de padrões que os humanos podem ver."

Modelo psicológico

A construção de um programa de computador realmente inteligente foi possível com a integração de um modelo psicológico do comportamento humano.

Por exemplo, imagine a questão "1, 2, ?. O que vem a seguir?".

A maioria das pessoas vai responder 3. Mas um programa matemático ficará em dúvida se os dois números não seriam parte de uma sequência "1, 2, 1, 2", ou "1, 2, 4, 6".

Do ponto de vista matemático, nenhuma das respostas é melhor ou mais correta do que a outra. É por isto que os programas matemáticos falham.

Ao integrar o modelo psicológico, o novo programa passou a se emular um pouco melhor a forma humana de resolver problemas.

Isto o torna capaz de sair-se muito bem com perguntas abertas, em que não há alternativas de resposta, ou múltipla escolha.

Resultado: um programa de computador com QI 150.

Aplicações práticas

Esta combinação de matemática e psicologia tem um enorme potencial de aplicações práticas.

A era da informação está gerando um volume de informações muito acima do que o homem consegue lidar - um fenômeno apelidado de "dilúvio de dados".

Isto porque é difícil encontrar, nessa enxurrada global de números, padrões que possam levar a conclusões úteis.

É o caso dos dados financeiros, da previsão do tempo, da observação astronômica, da busca por civilizações extraterrestres, da visão artificial para robôs, do comportamento de moléculas e bactérias, enfim, de um sem-número de dados científicos.

Como não há ainda uma alternativa à observação humana desses dados, os cientistas têm lançado diversas iniciativas, conhecidas como ciência-cidadã, em que o público é convidado a se voluntariar para procurar padrões nos dados científicos - e fazer descobertas.

A nova abordagem desenvolvida pelos cientistas suecos pode finalmente representar o pássaro que traz um ramo pós-dilúvio no bico.

Mas a equipe parece mais interessada em outras aplicações, como "projetar programas de computador para pessoas que queiram praticar suas habilidades na solução de problemas," afirmam.

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