04/10/2016

Pressão baixa demais pode ser pior para pacientes cardíacos

Redação do Diário da Saúde

Pressão arterial em pacientes cardíacos

Durante o Congresso anual da Sociedade Europeia de Cardiologia, médicos emitiram um alerta pedindo cuidados no uso de medicamentos e tratamentos para redução da pressão arterial em pacientes com doença cardíaca.

Eles descobriram que uma pressão arterial baixa demais pode ser ainda pior para os pacientes cardíacos do que uma pressão elevada.

"O alvo da pressão arterial ótima para pacientes com hipertensão continua sob debate, especialmente naqueles com doença arterial coronária (DAC). As diretrizes da Sociedade Europeia de Cardiologia recomendam reduzir a pressão arterial para valores dentro do intervalo de 130-139/80-85 mmHg para pacientes com DAC para reduzir o risco de futuros eventos cardiovasculares," relatou o professor Philippe Gabriel Steg.

"Alguns argumentam 'Quanto menor, melhor', mas existe uma preocupação de que os pacientes com DAC possam ter um fluxo insuficiente de sangue para o coração se a sua pressão arterial estiver muito baixa," completou.

Riscos da pressão baixa demais

A análise usou registros de 22.672 pacientes de 45 países com doença arterial coronariana para calcular a relação entre a pressão arterial alcançada com o tratamento contra hipertensão e os resultados cardiovasculares em pacientes com DAC (doença arterial coronariana) e hipertensão.

Os resultados confirmaram os riscos da pressão alta, mostrando que tanto uma pressão arterial sistólica de 140 mmHg ou mais, quanto uma pressão arterial diastólica de 80 mmHg ou mais, estão associadas com um aumento do risco de eventos cardiovasculares.

Contudo, uma pressão sistólica inferior a 120 mmHg também está associada com um risco aumentado (56% maior) para todos os eventos cardiovasculares primários e secundários, exceto o acidente vascular cerebral.

Da mesma forma, uma pressão diastólica inferior a 70 mmHg está associada com um aumento no risco de desfechos primários (24% a 61%) para a faixa de 60 a 69 mmHg e de todos os desfechos secundários (risco duas vezes maior) exceto acidente de vascular cerebral, para menos de 60 mmHg.

Eventos primários e secundários

Os eventos primários a que se referem os pesquisadores envolvem morte por evento cardiovascular, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral.

Os eventos secundários envolvem componentes dos eventos primários, além de morte por todas as causas e hospitalização por insuficiência cardíaca.

Os resultados foram publicados na revista The Lancet.

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