Lateralidade
Ao tocar outras pessoas em um contexto social - por exemplo, beijar ou abraçar - as pessoas geralmente têm uma preferência lateral que não obedece à sua mão dominante.
Existem muitas teorias sobre as causas dessa "lateralidade social", ou lateralidade secundária.
Depois de compilar todas essas teorias, pesquisadores de duas universidades alemãs (Ruhr Bochum e Heinrich-Heine) e uma da Nova Zelândia (Vitória de Wellington) decidiram testá-las e verificar se alguma explica a realidade.
A principal conclusão é que os resultados observados nos experimentos e testes não podem ser explicados apenas pelo fato de as pessoas serem destras ou canhotas - a lateralidade desempenha um papel, mas o contexto emocional parece ser tão ou mais importante.
"Em situações emocionais, a preferência lateral se desloca para a esquerda. Não importa se as emoções são positivas ou negativas". No tocante à preferência, é irrelevante se duas pessoas se abraçam porque estão felizes em se ver ou porque uma está consolando a outra, elas sempre optam pelo lado não dominante," explica o pesquisador Julian Packheiser.
Preferência lateral emocional
"Em geral, a população tem uma larga preferência de inclinar a cabeça para a direita quando se beija, de iniciar um abraço com a mão direita e para embalar um bebê no braço esquerdo," detalha Packheiser.
Com relação a beijar e abraçar, a suposição é que as pessoas têm uma mão dominante que elas usam para iniciar o movimento. De acordo com essa teoria, a mão dominante é mantida desocupada ao embalar uma criança para que ela possa ser usada para realizar outras tarefas.
Os pesquisadores explicam esse deslocamento à esquerda nas situações emocionais - em oposição às situações neutras - especulando que as emoções são principalmente processadas no hemisfério direito do cérebro, responsável pelos movimentos do lado esquerdo do corpo.
"Há uma ampla evidência de interação e interconexão de redes motoras e redes emocionais no cérebro," destaca o professor Sebastian Ocklenburg. A teoria do processamento das emoções no hemisfério direito é apoiada por dados comportamentais de estudos sobre o toque social, bem como por resultados obtidos em estudos de imagem e neurofisiológicos.
Por isso, os autores concluem que a assimetria presente no toque social humano pode ser melhor explicada por uma combinação de preferências motoras e dominância emocional do hemisfério direito.
O artigo foi publicado em um artigo de revisão na revista Neuroscience und Biobehavioral Reviews.
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