É mais fácil perdoar uma traição se ela acontece depois de um longo período de relacionamento.
Já traições cometidas logo no início da relação são tratadas de modo mais impiedoso.
Para testar o efeito da duração do relacionamento na reação à traição, os pesquisadores convidaram voluntários a participar de um jogo pela internet, no qual um dos parceiros recebia US$ 8 e tinha a opção de entregar ou não o dinheiro ao outro.
Se a doação fosse feita, a verba era triplicada - chegando a US$ 24 - e o segundo jogador tinha a opção de dividir o prêmio meio a meio, ou ficar com tudo para si.
Sem que os voluntários soubessem, no entanto, o jogador responsável por decidir o que fazer com os US$ 24 era um "robô" - um software de controle - programado para trair a confiança do parceiro humano logo no início do experimento, ou apenas mais adiante.
De acordo com os resultados obtidos, a probabilidade de o jogador humano voltar a confiar no robô, após a traição, aumentou de modo proporcional ao tempo prévio de interação leal.
Um segundo experimento, envolvendo o uso de imagens de ressonância magnética funcional, mostrou que traições cometidas em diferentes momentos da relação são processadas por diferentes regiões do cérebro: quando a quebra de confiança ocorre no início do relacionamento, ela é tratada por áreas vinculadas à resolução de problemas e à análise racional; já quando ocorre num estágio mais avançado, são ativadas áreas do cérebro ligadas a hábitos automáticos.
"Essa noção é apoiada pela literatura [científica], que implica que, ao longo do tempo, pessoas tendem a criar modelos mentais de seus colegas que dão base para um processo habitual de tomada de decisões, e que fazem com que desvios, como quebras de confiança, sejam vistos como exceções", escrevem os autores.
Os resultados do estudo sobre traição e perdão foram publicados na revista científica PNAS.
Trabalhos anteriores também demonstraram que as mulheres perdoam mais do que os homens e que um arrependimento verdadeiro pode ajudar a reconquistar confiança do outro.
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