Dúvidas sobre paternidade pelo DNA
Determinar quem é o pai biológico de uma criança é um assunto delicado, mas a resposta é sempre crucial para os envolvidos.
Uma paternidade atribuída incorretamente - em que um homem é erroneamente considerado o pai genético de uma criança - pode ter consequências tanto para a família, como também para a sociedade em geral, envolvendo disputas de herança, a ordem de sucessão, entre muitas outras.
O que a população em geral não sabe é que, com base em estudos científicos feitos com grupos selecionados de pessoas, a frequência de paternidade atribuída incorretamente foi estimada entre 20 e 30 por cento.
Mas não precisa ser tão ruim assim, e os cientistas e laboratórios podem fazer melhor.
O exemplo mais recente vem de um estudo de âmbito nacional, realizado na Suécia por pesquisadores do Instituto Karolinska.
Ao usar dois modelos diferentes, a equipe conseguiu mostrar que a proporção de paternidades estabelecidas incorretamente na Suécia pode ser estimada hoje em 1,7%, um número que vem diminuindo com o tempo.
"A ligação genética entre um pai e um filho é uma questão eterna que, por razões óbvias, muitas vezes pode ser difícil de determinar. No entanto, com a descoberta dos grupos sanguíneos no início do século 20 e como estes são herdados, foi possível obter uma resposta confiável em alguns casos individuais," disse o professor Gustaf Edgren.
Paternidade pelo DNA mais confiável
Neste novo estudo, os pesquisadores ligaram dois registros diferentes: Um banco de dados de transfusão, contendo dados de grupos sanguíneos, e o registro multigeracional sueco, contendo informações detalhadas sobre parentesco - por exemplo, quem está registrado como pai e mãe.
Com base em crianças nascidas entre 1930 e 2010, a equipe criou quase dois milhões das chamadas unidades familiares, com informações sobre o tipo de sangue da mãe, pai e filho.
"Para analisar esses dados, usamos dois métodos estatísticos independentes, para garantir os resultados," explicou Edgren. "Ambos os métodos produziram os mesmos resultados, onde a incidência de paternidades estabelecidas incorretamente foi em média de 1,7 por cento. Isso mostra que a frequência é significativamente menor do que em muitos estudos anteriores."
"Se olharmos para a última parte do século 20, o número cai para cerca de um por cento. Por que exatamente é difícil dizer, mas uma hipótese é que agora temos anticoncepcionais melhores e mais acessíveis. A sociedade também mudou, por exemplo, no passado, o divórcio não era tão aceitável," acrescentou o pesquisador.
O estudo também mostrou que a paternidade estabelecida incorretamente é mais comum entre pais com menor escolaridade.
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