Processamento da dor no cérebro
Os ritmos produzidos pelo cérebro podem ser usados de forma confiável para prever o quão sensíveis somos à dor.
O cérebro está constantemente produzindo padrões rítmicos e regulares de atividade, que podem ser comparados às notas musicais.
Andrew Furman e colegas das universidades de Birmingham (Reino Unido) e Maryland (EUA) descobriram que um padrão particularmente prevalente de atividade cerebral, chamado ondas alfa, está fortemente relacionado à suscetibilidade ou resiliência do corpo à dor.
As ondas alfa oscilam entre 8 e 14 Hz, com a frequência de pico variando de pessoa para pessoa. Os pesquisadores demonstraram como uma medição da frequência da onda alfa de um indivíduo pode ser usada como um indicador confiável de dor.
"Compreender a sensibilidade à dor de um paciente pode ser muito importante, por exemplo, para decidir se um procedimento eletivo é a melhor opção ou para planejar a reabilitação pós-cirúrgica. Medicamentos ou técnicas para o controle da dor, como a meditação da mente alerta, também podem ser usadas antes da cirurgia para ajudar a minimizar a dor," disse o professor David Seminowicz.
Ondas alfa
As ondas alfa são apenas um dos tipos de atividade elétrica que ocorre continuamente em nossos cérebros. Elas se manifestam mais quando a pessoa está acordada, mas talvez ociosa. Em nossos sistemas sensoriais, a presença das ondas alfa sinaliza que uma parte específica do sistema foi "fechada" para processamento. Quando as ondas diminuem, esse sistema está pronto para voltar a funcionar.
Para a maioria das pessoas, essas oscilações ocorrem continuamente no cérebro em frequências entre 8 e 14 Hz. Pesquisas anteriores, realizadas pelo mesmo grupo mostraram que as pessoas com ondas alfa ocorrendo na extremidade superior dessa escala são mais resistentes à dor, enquanto aquelas na extremidade inferior se mostraram mais suscetíveis à dor.
Agora, a equipe demonstrou que, ao fazer uma medição inicial das ondas alfa de uma pessoa, é possível prever sua reação à dor futura. Os resultados foram confiáveis, tanto na avaliação inicial quanto no acompanhamento, realizado após oito semanas.
"Nós sabemos que a cirurgia pulmonar é um procedimento particularmente doloroso, com entre 40 e 60 por cento dos pacientes desenvolvendo dor debilitante após a cirurgia," explica o Dr. Ali Mazaheri, membro da equipe. "Ao prever quais pacientes têm probabilidade de desenvolver essa dor, podemos começar a explorar outras opções, como a radioterapia, ou garantir que programas intensivos de reabilitação estejam em vigor para apoiar esses pacientes durante a recuperação."
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