07/04/2016

Obesidade é passada epigeneticamente para os filhos

Redação do Diário da Saúde
Obesidade é passada epigeneticamente para os filhos
Já se sabe também que a alimentação afeta nossos genes e que os filhos de pais obesos herdam comportamentos alimentares.
[Imagem: University of Cambridge]

Obesidade herdada

A obesidade induzida por uma má dieta ou pelo diabetes pode ser epigeneticamente herdada pelos descendentes.

O fenômeno foi documentado através das células reprodutoras tanto masculinas, quanto femininas.

"Os resultados mostraram que tanto os ovócitos quanto os espermatozoides repassam informações epigenéticas, o que, particularmente na prole feminina, levou a uma obesidade grave," explica o professor Johannes Beckers, do Centro Helmholtz, que fez a descoberta juntamente com colegas da Universidade de Munique (Alemanha).

Na descendência masculina, por outro lado, foi mais afetado o nível de glicose no sangue. Os dados também mostram que - assim como nos seres humanos - a contribuição materna para a mudança no metabolismo na prole é maior do que a contribuição paterna.

Obesidade por herança

Os pesquisadores usaram camundongos tornados obesos pela dieta e desenvolvido diabetes tipo 2 devido a uma dieta rica em gordura.

Seus descendentes foram gerados exclusivamente através de fertilização in vitro para garantir que as alterações na prole só seriam transmitidas pelas células reprodutivas.

Depois de nascidos, eles foram adotados por mães saudáveis, permitindo descartar fatores adicionais como o comportamento dos pais e influências da mãe durante a gravidez e a lactação.

"Esse tipo de herança epigenética de um distúrbio metabólico devido a uma dieta pouco saudável pode ser outra das principais causas para o aumento global dramático na prevalência de diabetes desde os anos 1960," disse o professor Martin Hrab de Angelis, coautor do trabalho.

Herança epigenética

Em contraste com a genética, a epigenética refere-se à herança de características que não são determinadas na sequência primária de DNA, ou seja, nos genes. Até agora, os transcritos de RNA e modificações químicas da cromatina (por exemplo, no DNA ou nas histonas) têm sido considerados como os carreadores fisiológicos dessa informação epigenética.

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