29/03/2016

Não tomar Sol aumenta risco de câncer tanto quanto fumar

Redação do Diário da Saúde
Evitar tomar Sol aumenta risco de câncer tanto quanto fumar
Há algum tempo pesquisadores vêm alertando que o exagero no uso de filtros solares causa deficiência de vitamina D, sobretudo nas crianças.
[Imagem: FRL/UCR]

Exageros

Não será fácil reverter a tendência de as pessoas fugirem do Sol depois de décadas de discurso científico amedrontando a população sobre o risco do câncer de pele.

Hoje já se sabe que os benefícios de tomar Sol superam o risco do câncer de pele, além do que os próprios protetores solares podem causar câncer de pele.

Agora, um novo estudo feito na Suécia, onde a população tem pele muito clara, o que torna o risco de câncer de pele mais elevado, mostrou que as pessoas que tomam banho de sol regularmente vivem mais do que aquelas que evitam o Sol.

Paradoxo do Sol

Foram analisadas informações de 29.518 mulheres suecas, que foram acompanhadas por 20 anos.

Os dados mostraram que a expectativa de vida mais longa entre as mulheres com hábitos de exposição ativa ao Sol - tomar banho de Sol intencionalmente - está relacionada a uma diminuição das doenças cardíacas e das mortes por doenças não relacionadas a problemas cardíacos ou a qualquer tipo de câncer.

Assim, quando os cientistas analisam apenas a contribuição do câncer de pele para as mortes, o número desponta, parecendo grande frente às outras causas justamente porque as outras causas diminuíram, dizem os pesquisadores.

Evitar o sol equivale a fumar

Mas o resultado mais impressionante do estudo surgiu quando os pesquisadores compararam o risco de morte pelo câncer de pele entre as pessoas que tomavam banho de Sol, que fugiam do Sol e as fumantes.

"Nós verificamos que os fumantes no grupo de maior exposição solar têm um risco semelhante ao dos não-fumantes que evitam a exposição ao Sol, indicando que evitar a exposição ao Sol pode ser um fator de risco [para o câncer] da mesma magnitude que o tabagismo," disse Pelle Lindqvist, da Universidade de Lund, primeira autora do artigo publicado na revista médica Journal of Internal Medicine.

"Orientações demasiadamente restritivas no que diz respeito à exposição ao Sol podem fazer mais mal do que bem para a saúde," concluiu Lindqvist.

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