02/07/2020

Não existe uma dieta perfeita que funcione para todos

Com informações da New Scientist
Não existe uma dieta perfeita que funcione para todos
Outros estudos reforçam a ideia de que uma dieta individualizada é mais eficaz do que controlar calorias.
[Imagem: Cortesia NCSU]

Dietas individualizadas

Não existe uma dieta perfeita que funcione para todos os tipos de metabolismo ou tipos físicos - e isso nada tem a ver com a nossa genética.

Ocorre que as pessoas respondem aos alimentos de maneira tão particular que cada um de nós precisa de um plano alimentar personalizado, de acordo com resultados de um estudo que analisou os efeitos da genética, o microbioma e os fatores do estilo de vida no metabolismo.

Os pesquisadores submeteram 1.102 pessoas saudáveis a regimes alimentares com refeições idênticas por duas semanas e monitoraram suas respostas metabólicas.

Essas respostas variaram largamente - com diferenças de até 10 vezes - o que significa que uma dieta saudável para uma pessoa pode não ser saudável para outra.

"Cada um reage de maneira diferente a alimentos idênticos," ressalta o professor Tim Spector, do King's College de Londres.

Sem influência genética

Os pesquisadores monitoraram os níveis de glicose, insulina e triglicerídeos no sangue dos voluntários. Níveis altos desses três indicadores após a ingestão de alimentos são um fator de risco para a obesidade, enquanto as pessoas que apresentam picos de glicose e triglicerídeos após a ingestão têm maior probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares e diabetes.

A equipe também acompanhou os níveis de sono, exercício e fome dos voluntários, e coletou amostras de fezes para testar seus micróbios intestinais. A equipe esperava encontrar um forte componente genético para as respostas metabólicas, mas os dados não mostraram isso. Os voluntários incluíram vários pares de gêmeos idênticos, que mostraram respostas muito diferentes para a mesma refeição.

Apenas cerca de 30% da resposta à glicose é genética. "Isso nos disse imediatamente que os genes não desempenham um papel importante," reconheceu Spector. "Como reagimos a uma refeição gordurosa praticamente não tem nenhum componente genético, por exemplo".

Outros fatores, como as bactérias benéficas do intestino, ritmos circadianos, sono e exercícios mostraram-se mais importantes do que a genética, contou Spector. O momento das refeições também é importante: Algumas pessoas metabolizam melhor os alimentos pela manhã, enquanto outras não veem diferença em sua capacidade de metabolizar os alimentos ao longo do dia.

Isso sugere que seria mais eficaz projetar um programa personalizado de alimentação saudável individualmente do que recomendar uma dieta única para todos.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Human postprandial responses to food and potential for precision nutrition
Autores: Sarah E. Berry, Ana M. Valdes, David A. Drew, Francesco Asnicar, Mohsen Mazidi, Jonathan Wolf, Joan Capdevila, George Hadjigeorgiou, Richard Davies, Haya Al Khatib, Christopher Bonnett, Sajaysurya Ganesh, Elco Bakker, Deborah Hart, Massimo Mangino, Jordi Merino, Inbar Linenberg, Patrick Wyatt, Jose M. Ordovas, Christopher D. Gardner, Linda M. Delahanty, Andrew T. Chan, Nicola Segata, Paul W. Franks, Tim D. Spector
Publicação: Nature Medicine
DOI: 10.1038/s41591-020-0934-0
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