Gol após acertar a trave
Gerentes e demais encarregados de avaliar o desempenho de outras pessoas, seja no local de trabalho ou no campo esportivo, muito frequentemente confundem sorte com habilidade e recompensam demais aqueles que têm apenas sorte.
Pesquisadores analisaram dados de jogos da Liga Europeia de Futebol, incluindo mais de 10.000 chutes a gol que acertaram a trave. Os dados mostram que conseguir marcar um gol após acertar a trave deve-se inteiramente ao acaso, não dependendo da habilidade do jogador que deu o chute.
"Não houve diferença significativa no desempenho médio dos jogadores que marcaram ou não após atingirem a trave," disse o professor Lionel Page, da Universidade de Tecnologia de Sydney (Austrália).
Mas os jogadores que marcaram o gol após acertarem a trave receberam um tempo significativamente maior no jogo seguinte do que os jogadores "azarados". Eles também receberam uma classificação mais alta de jornalistas e fãs de futebol.
Esse gol de "sorte" ajudou particularmente os jogadores quando o gol era crítico para o resultado da partida e se o jogador não era titular até então.
"Encontramos evidências claras de que a sorte estava influenciando excessivamente as decisões dos técnicos e as avaliações dos jogadores de futebol, e é provável que essa tendência seja generalizada nos negócios e em outros campos," disse o professor Page. "Se você sofre preconceito em uma situação como o campo de futebol, onde as ações de um jogador são altamente examinadas e há uma quantidade enorme de dados, é provável que isso seja generalizado no local de trabalho, onde há muito menos informações".
Avaliação do desempenho de funcionários
As recompensas e o reconhecimento no local de trabalho desempenham um papel importante no incentivo aos funcionários e no aumento da produtividade. No entanto, pode ser difícil para um gerente avaliar objetivamente o talento de um funcionário.
Há muitas maneiras pelas quais a sorte pode influenciar o trabalho de alguém. Por exemplo, a pessoa pode ser colocada em uma equipe de alto desempenho, puramente como resultado da sorte, e depois julgada pelo sucesso da equipe, e não por sua própria habilidade e esforço.
"Os gerentes e tomadores de decisão precisam ser instruídos sobre como reconhecer o viés de resultado, que é quando julgamos uma ação pelo resultado, e não pela qualidade da decisão," disse o professor Page. "Se alguém joga um tijolo pela janela de um apartamento e não mata ninguém, isso não significa que foi uma boa ideia".
Ver mais notícias sobre os temas: | |||
Trabalho e Emprego | Ética | Educação | |
Ver todos os temas >> |
A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2024 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.