22/01/2015

Ministério vai procurar casos de hanseníase nas escolas

Com informações da Agência Brasil

Hanseníase no Brasil

A taxa de detecção de hanseníase no Brasil chegou a 12,14 casos para cada 100 mil habitantes, o que corresponde a 24.612 novos casos no país.

Na população menor de 15 anos, foram identificados 1.793 novos casos. A medição, nesse caso, é considerada estratégica porque uma criança doente sinaliza que há um adulto não tratado transmitindo hanseníase.

Isto fez com que o Ministério da Saúde decidisse manter a estratégia de busca ativa de casos de hanseníase nas escolas. A previsão é que as ações comecem em agosto em instituições de ensino fundamental da rede pública de municípios considerados endêmicos ou com indicadores sociais que tornem a região mais vulnerável.

O objetivo da campanha nas escolas é quebrar a cadeia de transmissão da doença, além de detectar ainda casos de verminoses e tracoma - doença inflamatória nos olhos provocada pela bactéria Chlamydia trachomatis.

Dados do ministério mostram que, na edição da campanha do ano passado, dos 5,6 milhões de estudantes de 5 anos a 14 anos que receberam ficha de autoimagem (instrumento usado para triagem de sinais e sintomas da hanseníase), 4,1 milhões responderam. Desses, 5,6% foram encaminhados a unidades de saúde. Depois de passar por exames clínicos, 354 crianças foram diagnosticadas com hanseníase.

A estratégia do governo consiste em identificar pessoas que tiveram contatos com essas crianças, para que elas também sejam examinadas. No ano passado, 73 contatos intradomiciliares foram diagnosticados por meio da busca ativa nas escolas.

Os números mostram ainda que cinco estados responderam por mais de 80% do total de alunos com suspeita de hanseníase ou com diagnóstico confirmado nas unidades de saúde. São eles: Pará, Mato Grosso, Maranhão, Bahia e Pernambuco.

O que é hanseníase

Ministério vai procurar casos de hanseníase nas escolas

[Imagem: MS/Divulgação]

A hanseníase, popularmente conhecida como lepra, é uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo principal agente etiológico é o Mycobacterium leaprae. A doença é transmitida de uma pessoa doente que não esteja em tratamento para uma pessoa saudável suscetível.

A hanseníase tem cura, mas pode causar incapacidades físicas se o diagnóstico for tardio ou o tratamento não for realizado adequadamente, pelo período preconizado, já que atinge pele e nervos.

A doença causa manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas na pele com diminuição sensibilidade ao calor, frio, dor e ao toque. Também pode ocorrer sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades, surgimento de caroços e placas em qualquer local do corpo e diminuição da força muscular, por exemplo, como ter dificuldade para segurar objetos.

O Ministério da Saúde recomenda que as pessoas procurem o serviço de saúde no caso do aparecimento de manchas, de qualquer cor, em qualquer parte do corpo, principalmente se essa mancha apresentar diminuição de sensibilidade ao calor e ao toque. Após iniciado o tratamento a pessoa para de transmitir a doença quase que imediatamente.

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