Medicamentos amplamente utilizados para o diabetes tipo 2 controlam os níveis de açúcar no sangue de forma equivalente para ambos os sexos.
Por outro lado, eles têm efeitos muito diferentes sobre os corações dos homens e das mulheres - efeitos que podem ser opostos.
Em particular, o medicamento metformina tem efeitos positivos sobre a função cardíaca das mulheres, mas faz mal para o coração dos homens.
Os homens que tomaram o medicamento durante este estudo inédito experimentaram uma mudança no metabolismo que se acredita ser o causador do aumento no risco de insuficiência cardíaca.
"Nosso estudo sugere que é preciso definir melhor quais terapias são ideais para mulheres com diabetes e quais são ideais para os homens," disse o Dr. Robert Gropler, da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington (EUA).
"Nós observamos diferenças dramáticas entre os sexos na forma como o coração responde às diferentes terapias," acrescentou Gropler.
Medicamentos para diabetes
No diabetes de tipo 2, o pâncreas continua produzindo insulina, mas o corpo não consegue usá-la de forma eficaz para retirar a glicose do sangue e levá-la aos tecidos.
E, por razões que os cientistas ainda não sabem explicar, os pacientes com diabetes têm maior risco de insuficiência cardíaca.
O que este estudo sugere é que o medicamento pode ser o culpado, já que, segundo o Dr. Gropler, nunca se havia comparado o efeito dos medicamentos para o diabetes tipo 2 separando os pacientes por sexo.
A metformina reduz a produção de glicose pelo fígado e ajuda o organismo a se tornar mais sensível à insulina. A rosiglitazona também melhora a sensibilidade à insulina e é conhecida por retirar os ácidos graxos livres do sangue. A lovaza é prescrita para reduzir os níveis de um outro tipo de gordura no sangue, os triglicérides.
Marte e Vênus
Quando Gropler e sua colega Janet McGill compararam os três medicamentos sem separar homens e mulheres, não houve diferenças no metabolismo do coração.
Contudo, quando os pacientes foram separados por sexo, as drogas tiveram efeitos muito diferentes e por vezes opostos sobre o metabolismo do coração, ainda que o açúcar no sangue se mantivesse bem controlado em todos os pacientes.
"A diferença mais dramática entre homens e mulheres foi com a metformina isolada," disse o Dr. Gropler. "Nossos dados mostram que [esse medicamento] tem um efeito favorável sobre o metabolismo cardíaco das mulheres e muito desfavorável nos homens."
A pesquisa sugere que essas respostas divergentes em homens e mulheres podem fornecer pelo menos uma explicação parcial para os dados conflitantes que cercam alguns medicamentos para diabetes.
Assim, a proporção de homens e mulheres que participaram de um ensaio clínico para testar o medicamento pode fazer a diferença na conclusão final sobre se a droga é considerada segura e eficaz.
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