30/09/2024

Cientistas descobrem novo tipo de célula-tronco

Redação do Diário da Saúde
Macrófagos endoteliais: Descoberto novo tipo de célula-tronco
As novas células poderão ter amplo uso médico e terapêutico, no transplante de células-tronco e no diabetes, por exemplo.
[Imagem: Anna E. Williamson et al. - 10.1038/s41467-024-51637-7]

Macrófagos endoteliais

Cientistas descobriram um tipo completamente novo de célula-tronco, de um tipo com potencial para melhorar o futuro do reparo e da geração de tecidos.

As novas células até agora desconhecidas, que foram batizadas de "progenitoras EndoMac" (sigla para macrófagos endoteliais), possuem a capacidade única de se transformar em dois tipos específicos de células: Células endoteliais, que formam os vasos sanguíneos, e macrófagos, que são células do sistema imunológico responsáveis pelo reparo e defesa dos tecidos.

Assim, além de se diferenciarem das já conhecidas células-tronco pluripotentes, que podem se transformar em qualquer tipo de célula, essas progenitoras mais específicas, que podem se transformar em apenas dois tipos de células, podem ser candidatas ideais para o transplante de células-tronco, já que têm muito menos probabilidade de serem atacadas pelo sistema imunológico do receptor.

Os testes iniciais da equipe também sugerem que as progenitoras EndoMac podem ser usadas para aumentar a cura em condições como diabetes, onde o corpo tem dificuldades para se reparar adequadamente.

Primeiros testes

Anna Williamson e Sanuri Liyanage, do Instituto de Pesquisa Médica e de Saúde do Sul da Austrália, isolaram as células de camundongos, cultivaram-nas e observaram-nas formando colônias. Essas colônias foram testadas em modelos de camundongos diabéticos, mostrando melhorias notáveis em feridas que normalmente não cicatrizariam.

A equipe de pesquisa está atualmente trabalhando em estudos semelhantes envolvendo células da pele e dos músculos, com os resultados previstos para serem publicados nos próximos 12 meses. Eles também estão procurando essas mesmas células em tecidos humanos.

"Estamos animados para continuar explorando o potencial dessas células. Ainda é cedo, mas as implicações podem ser enormes," disse Liyanage. "Isto representa um avanço significativo em nossa compreensão da regeneração dos vasos sanguíneos e promete criar tratamentos mais eficazes que apoiem a capacidade do corpo de curar e manter a função ao longo do tempo."

Checagem com artigo científico:

Artigo: Discovery of an embryonically derived bipotent population of endothelial-macrophage progenitor cells in postnatal aorta
Autores: Anna E. Williamson, Sanuri Liyanage, Mohammadhossein Hassanshahi, Malathi S. I. Dona, Deborah Toledo-Flores, Dang X. A. Tran, Catherine Dimasi, Nisha Schwarz, Sanuja Fernando, Thalia Salagaras, Aaron Long, Jan Kazenwadel, Natasha L. Harvey, Grant R. Drummond, Antony Vinh, Vashe Chandrakanthan, Ashish Misra, Zoltan Neufeld, Joanne T. M. Tan, Luciano Martelotto, Jose M. Polo, Claudine S. Bonder, Alexander R. Pinto, Shiwani Sharma, Stephen J. Nicholls, Christina A. Bursill, Peter J. Psaltis
Publicação: Nature Communications
Vol.: 15, Article number: 7097
DOI: 10.1038/s41467-024-51637-7
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