Quem deve decidir sobre a volta de um jogador ao campo depois de um impacto ou ferimento na cabeça?
Um médico independente - e não o jogador, o treinador ou mesmo o médico do time, segundo editorial da publicação científica The Lancet Neurology.
Segundo a publicação, essas decisões não devem ser tomadas "por aqueles que têm um grande interesse no fato".
O alerta foi feito após jogadores serem autorizados a seguir em campo depois de terem sido atingidos na cabeça durante a Copa do Mundo.
Na partida entre Uruguai e Inglaterra na primeira fase do Mundial, por exemplo, o uruguaio Alvaro Pereira voltou aos gramados depois de ser "nocauteado" por um golpe na cabeça. Pereira admitiu ter discutido com o médico da equipe, exigindo que fosse ser autorizado a continuar jogando.
Os editores destacam que a decisão sobre a capacidade de jogar do atleta não deveria ter sido deixada nas mãos do médico da equipe e dos funcionários uruguaios. Em vez disso, "a decisão de voltar a jogar deveriam ser tomadas de forma individual", disseram.
"Como os sinais e sintomas de concussão podem aparecer depois de um tempo, a remoção de um atleta quando houver qualquer suspeita de lesão parece ser a abordagem mais segura", escreveram os editores da revista.
Concussão
Concussão é uma função cerebral anormal que resulta de uma explosão externa, choque ou impacto na cabeça.
Mesmo que a batida não resulte em uma fratura do crânio, o cérebro ainda pode sair lesionado.
Lesões traumáticas podem causar mudanças na função cerebral, hemorragia, danos em neurônios e inchaço.
Repetidos abalos aumentam o risco de perda de memória, afetam a concentração e geram dores de cabeça prolongadas.
Algumas pesquisas afirmam que até mesmo cabecear frequentemente pode causar danos cerebrais.
Fazer alguma coisa
A FIFPro, o sindicato dos jogadores de futebol, pediu uma investigação sobre os procedimentos referentes à concussão após os casos da Copa.
A Fifa tem sido criticada por não conseguir lidar com esses incidentes de forma segura, garantindo que os jogadores sejam imediatamente retirados do campo e do jogo.
Muitas organizações desportivas já reconhecem o dano potencial que a lesão cerebral traumática leve pode causar, mas os autores disseram que é preciso fazer mais para reduzir a frequência com que essas lesões ocorrem.
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