Sentir-se bem no trabalho
Cientistas da computação juntaram-se a uma equipe de psicólogos para desenvolver uma maneira de medir o conforto e a concentração das equipes em espaços de trabalho flexíveis.
Embora os espaços de trabalho flexíveis, cuja ocupação é baseada na atividade, permitam economia de custos e maior flexibilidade - e afirma-se que aumentam a colaboração e a satisfação da equipe - experimentos também mostram que o ruído e a falta de privacidade podem ser perturbadores para os funcionários.
Para elucidar todas essas questões, Mohammad Rahaman e seus colegas da Universidade RMIT (Austrália) primeiro identificaram várias variáveis-chave que influenciam os níveis de concentração e conforto nos ambientes de trabalho.
Em seguida, eles desenvolveram um sistema de sensores para medir cada uma dessas variáveis e criaram um sistema de inteligência artificial para cruzar os dados dos sensores com os relatos objetivos e subjetivos das equipes de trabalho.
Munidos desse arsenal, os pesquisadores foram para uma empresa de engenharia, onde testaram seu novo sistema de sensores monitorados por inteligência artificial em funcionários em dois escritórios durante quatro semanas.
Os sensores coletaram dados sobre níveis de ruído, temperatura interna, qualidade do ar, umidade, pressão do ar e até campos eletromagnéticos.
"Nós usamos essas informações junto com os dados da pesquisa para treinar algoritmos de aprendizado de máquina que pudessem identificar padrões de concentração e atividade percebidas e, em seguida, fornecemos soluções para fazer esses espaços funcionarem melhor para as pessoas," disse Rahaman.
O que concentra e o que desconcentra
Os dados mostraram que diferentes pessoas se concentraram melhor em diferentes zonas do ambiente, ou seja, quando se trata de espaços de trabalho flexíveis também não há uma solução que agrade a todos.
Por exemplo, muitas pessoas tinham um lugar favorito - como perto da janela, da cozinha ou do seu gerente - e achavam mais difícil se concentrar se não pudessem ficar sentadas lá. Elas também mostraram-se mais sensíveis à temperatura do escritório se perdessem seu assento favorito.
Independentemente de onde se sentassem, contudo, a temperatura do escritório é um fator importante em como as pessoas sentem-se confortáveis e concentradas.
A maioria acha temperaturas abaixo de 22,5 °C muito frias para se concentrar totalmente e, com o passar do dia, observou-se que as pessoas se tornaram cada vez mais sensíveis ao frio.
Outra grande influência na concentração percebida pela manhã - sem nenhuma surpresa - foi a qualidade do sono na noite anterior.
O número de reuniões formais e informais também mostrou ter um grande impacto na concentração, com aqueles que tiveram cinco reuniões formais em um dia relatando níveis mais baixos de concentração em comparação com aqueles que tiveram menos.
Altos níveis de CO2, devido à alta densidade de ocupantes, também constituem uma barreira à capacidade de concentração das pessoas.
"Os resultados do CO2 e do conforto térmico destacam a importância de um sistema de aquecimento, refrigeração e ventilação de alta qualidade no projeto dos escritórios, bem como de plantas de interior para reduzir o CO2," disse Rahaman.
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