Propagação do comportamento
Você se considera uma pessoa racional, que toma decisões bem pensadas ou, no mínimo, razoáveis para a situação em que se encontra?
Embora esta seja a ideologia vigente em nosso mundo moderno, o mais provável é que você adote os pensamentos, crenças e comportamentos das pessoas ao seu redor.
E não são só coisas importantes ou que exigem maior conhecimento: Mesmo decisões simples, como qual loja local é melhor comprar ou ir vacinar seu filho, são influenciadas por esses padrões de comportamento e pelo discurso social.
"Nós optamos por estar em redes, tanto no mundo real como no mundo virtual, que sejam compatíveis com o nosso próprio pensamento," explica o professor Amin Rahimian, da Universidade de Pittsburgh (EUA). "O contágio social do comportamento através das redes pode ajudar-nos a compreender como e porquê novas normas, produtos e ideias são adotados."
A ideia mais aceita no meio científico é que laços altamente agrupados e próximos em redes criariam o ambiente perfeito para a propagação de comportamentos complexos que requerem um reforço social significativo. No entanto, Rahimian e seus colegas contestam essa ideia.
Laços distantes, que são criados através de interfaces entre grupos que são muito fluidas, reconfiguradas aleatoriamente, aceleram a propagação dos contágios sociais. Por exemplo, na era das redes sociais, laços longos podem facilitar um alcance mais amplo entre diferentes grupos demográficos e populações heterogêneas. Em vez de apenas comunicar com o vizinho, pode-se também conectar-se com alguém de outra cidade, estado ou país.
Redes sociais e redes neurais
Ao aplicar métodos matemáticos e estatísticos a essas interações, os pesquisadores conseguiram analisar a taxa de propagação das ideias em redes circulares com ligações longas, revelando que basta uma pequena probabilidade de adoção, abaixo do limiar de contágio, para garantir que a religação aleatória acelere a propagação desses contágios.
Curiosamente, as mesmas dinâmicas de rede emergiram quando os cientistas estudaram a atividade dos neurônios no cérebro. "Estamos interessados nas implicações destes resultados para uma melhor compreensão das estruturas de rede que facilitam a propagação da atividade explosiva em várias regiões do cérebro," explicou o professor Jonathan Rubin, membro da equipe.
Assim, pessoas que desejam alcançar uma disseminação rápida e total de suas ideias terão melhor proveito se implementarem pontos de intervenção em regiões da rede com conexões de longo alcance, que acessem outras regiões da rede, sugerem os pesquisadores. O problema será identificar os membros que possuem essas conexões.
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