Imunoterapia
A imunoterapia é um mecanismo de reforço do sistema imunológico para torná-lo capaz de atacar as doenças, como o câncer.
Contudo, como ainda está em seus primeiros estágios de desenvolvimento, a técnica é polêmica entre os médicos e cientistas, com alguns alertando que a imunoterapia é uma linha de pesquisa perigosa.
E um dos fatores complicadores para um maior sucesso dessa técnica acaba de ser descoberto: homens e mulheres têm respostas imunológicas diferentes, e a possível interação com os hormônios pode afetar a forma como homens e mulheres reagem aos medicamentos imunoterápicos.
Em termos mais diretos, o sexo ou gênero de um paciente afeta a eficácia da imunoterapia no tratamento do câncer.
Medicamentos testados em homens
Fabio Conforti e seus colegas do Instituto Europeu de Oncologia, em Milão (Itália), lideraram uma meta-análise de 20 ensaios clínicos randomizados, cobrindo mais de 11.000 pacientes, todos envolvendo o uso de imunoterapias contra o câncer avançado.
E a conclusão é que os resultados das imunoterapias são muito melhores para os homens do que para as mulheres, qualquer que seja o câncer tratado ou a droga utilizada.
Em média, o ganho relativo de sobrevivência foi o dobro para os homens em comparação com as mulheres.
A equipe afirma que os resultados da meta-análise ressaltam a necessidade de análises específicas do sexo para evitar a extensão errônea para as mulheres dos resultados obtidos principalmente em pacientes do sexo masculino, o que pode levar a um tratamento pior e potencialmente prejudicial.
De fato, nos testes clínicos analisados, as mulheres estavam subrepresentadas. Em metade deles, as mulheres representavam menos de um terço dos voluntários, o que significa que os estudos individuais provavelmente não podem mostrar com segurança a interação entre o sexo e a eficácia do tratamento.
"Sexo e gênero podem afetar potencialmente a força da resposta imunológica do corpo. Em média, as mulheres mostram respostas imunes mais fortes do que os homens, o que resulta em uma depuração mais rápida dos patógenos, explicando a menor gravidade e a prevalência de muitas infecções em mulheres e sua maior resposta à vacinação do que os homens. Por outro lado, as mulheres representam cerca de 80% de todos os pacientes com doenças autoimunes sistêmicas em todo o mundo.
"Portanto, é possível que diferenças no sistema imunológico de mulheres e homens sejam relevantes para o curso natural das condições inflamatórias crônicas, como câncer, e, potencialmente, como elas respondem às drogas," disse o Dr. Conforti.
Os resultados foram publicados na revista médica The Lancet Oncology.
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