Vertigens
Um paciente tratado no Centro Médico da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, acaba de receber o primeiro implante de um dispositivo que visa acabar com as incapacitantes vertigens associadas com a doença de Meniere.
Os médicos que desenvolveram o dispositivo implantável esperam que o sucesso do experimento, que envolverá 10 pacientes, leve ao desenvolvimento de implante similares para outros distúrbios do equilíbrio mais comuns - popularmente conhecidos como labirintite - que atormentam milhões de pessoas em todo o mundo.
"O que estamos propondo aqui é uma terapia potencialmente mais segura e mais eficaz do que a que existe agora," diz o Dr Jay Rubinstein, um cirurgião auditivo que ajudou a desenvolver o implante.
Síndrome de Meniere
A Síndrome de Meniere pode atingir qualquer pessoa, mas ocorre principalmente em pessoas entre as idades de 30 e 50 anos. A doença acomete mais frequentemente um dos ouvidos, embora cerca de 30 por cento dos casos sejam bilaterais.
A doença afeta a audição e o equilíbrio, com variada intensidade e frequência, mas pode ser extremamente debilitante.
Acredita-se que suas crises episódicas resultem da ruptura de uma membrana do ouvido interno. O fluido endolinfático vaza do sistema vestibular, causando estragos à percepção de equilíbrio pelo cérebro.
Para evitar náuseas e vômitos, as pessoas devem ficar deitadas, geralmente durante várias horas e às vezes até metade de um dia, enquanto a membrana se autorrepara e o equilíbrio é restaurado.
Como os ataques surgem praticamente sem aviso, um diagnóstico da Síndrome de Meniere pode levar as pessoas a mudar de carreira e ter limitações em seus estilos de vida.
Implante contra labirintite
Com o novo implante, os médicos esperam restaurar o equilíbrio do paciente durante os ataques, deixando a função auditiva normal.
O paciente usará um processador instalado atrás da orelha comprometida e pode ativá-lo quando sentir o início de um ataque.
O processador comunica-se por meio de sinais de rádio com o implante, que é inserido cirurgicamente no interior de um pequeno furo feito no osso temporal.
O implante, por sua vez, transmite impulsos elétricos através de três eletrodos inseridos dentro dos canais do labirinto, no ouvido interno.
"É uma substituição", explica o Dr. James Phillips, membro da equipe. "Isso não muda o que está acontecendo na orelha, mas elimina os sintomas, substituindo a função do ouvido até que ele se recupere."
Segundo ele, se o teste for bem-sucedido, isso irá incentivar a colaboração da equipe com outros pesquisadores que estudam distúrbios do equilíbrio mais comuns na população.
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