O HIV continua a proliferar em pacientes que estão respondendo bem ao tratamento contra a AIDS.
"Nós sempre soubemos que é difícil suprimir completamente o HIV, e que ele se esconde dentro das células CD4, mas sempre esperamos que, como o corpo gradualmente renova suas células CD4, o HIV escondido morreria. Ficamos surpresos ao descobrir que os níveis de HIV integrados às células CD4 não diminuíram ao longo do período de 14 anos do estudo.
"A boa notícia é que nós não vimos qualquer agravamento [da saúde dos pacientes] ao longo do tempo, mas a má notícia é que estes resultados realmente lançam dúvidas sobre se o HIV pode ser 'curado' aumentando as respostas das células do sistema imunológico contra ele - uma estratégia que agora parece que vai eventualmente falhar," explicou a professora Anna Maria Geretti, da Universidade de Liverpool (Reino Unido).
HIV escondido
Durante o tratamento contra a AIDS, o HIV se esconde em células do sangue responsáveis pela resposta imunitária do paciente. O vírus faz isso inserindo sua própria informação genética no DNA das células do sangue chamadas linfócitos T CD4.
O estudo mediu os níveis de HIV integrado às células CD4 de pacientes submetidos ao tratamento contínuo por até 14 anos, comparando com pacientes que receberam tratamento por períodos variados de tempo.
A quantidade de HIV integrado nas células CD4 não diminuiu do ano 1 do tratamento até o ano 14.
Replicação escondida do HIV
O estudo demonstrou o mecanismo que o HIV usa para isso.
Sempre que uma célula CD4 se multiplica para produzir mais células imunológicas, ela copia a si mesma, mas também copia os genes do HIV. Esse processo - uma espécie de replicação silenciosa do HIV - significa que o vírus não precisa copiar a si mesmo, produzir novas partículas virais e infectar novas células CD4 - ele é automaticamente incorporado no nascimento da célula.
Os avanços nas terapias antirretrovirais ao longo dos últimos 30 anos fizeram com que a maioria dos pacientes tenha o vírus reduzido para níveis indetectáveis no corpo, o que lhes permite viver uma vida longa e saudável. Os cientistas acreditavam que, depois de muitos anos de tratamento, o corpo purgaria naturalmente o vírus. Mas não é isso o que acontece.
Os resultados foram publicados na revista EBioMedicine.
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