Lixo que faz mal
Pesquisadores reunidos em consórcio internacional acabam de publicar resultados identificando e caracterizando novas regiões do genoma humano associadas ao risco do câncer de ovário.
O estudo teve a participação do professor Houtan Noushmehr, do Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.
As regiões identificadas apresentam alterações em um único par de base e, segundo os pesquisadores, estão em partes do DNA não codificantes, ou seja, não estão nos 3% do genoma que produzem proteínas.
Embora até há pouco tempo os cientistas chamassem essas regiões de "DNA lixo", agora se sabe que elas são importantes na regulação da produção dessas proteínas. Regiões que controlam produção de proteína estão ligadas ao câncer de ovário
Os pesquisadores identificaram uma associação dessas regiões que controlam a produção de proteína com o câncer de ovário.
Mais pesquisas serão necessárias para determinar a verdadeira função biológica dessa região do DNA, mas o trabalho contribui para o estabelecimento de bases para a medicina genômica pessoal, segundo o professor Noushmehr. Ele é coautor em 2 dos 13 artigos publicados em 27 de março nas revistas Human Molecular Genetics, American JournalofHumanGenetics, PLoSGenetics, NatureGenetics e Nature Communications.
Os resultados publicados agora são frutos do trabalho de um grupo com mais de 100 pesquisadores reunidos em consórcio de colaboração internacional dos Estados Unidos e Reino Unido, o Collaborative oncological gene-environment study (CPV), do qual Noushmehr faz parte. Também utilizaram grande quantidade de dados gerados por outros grandes consórcios de pesquisadores, como The CancerGenome Atlas (TCGA), ENCOD e "GWAS".
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