Filme plástico mata vírus usando apenas a luz de lâmpadas comuns

Princípio de funcionamento do filme, que opera sob ação da luz.
[Imagem: Ri Han et al. - 10.1016/j.jphotobiol.2022.112551]

Filme plástico que mata vírus

Pesquisadores da Universidade Queen's de Belfaste (Irlanda do Norte) desenvolveram um filme plástico inovador que mata os vírus que pousam em sua superfície.

O filme autoesterilizante, que funciona usando apenas a luz ambiente, - é o primeiro desse tipo - tem um baixo custo de produção, pode ser facilmente fabricado em escala industrial e pode ser usado para aventais descartáveis, toalhas de mesa e cortinas em hospitais.

O filme é revestido com uma fina camada de partículas que absorvem a luz UV (ultravioleta) e produzem espécies reativas de oxigênio. São essas espécies reativas, também conhecidas como radicais livres, que matam os vírus, incluindo o SARS-CoV-2, causador da covid-19.

A tecnologia usada para criar o filme também garante que ele seja degradável - ao contrário dos atuais filmes plásticos descartáveis que ele substituiria, ele é muito mais ecológico.

O avanço pode levar a uma redução significativa na transmissão de vírus, não apenas em ambientes de saúde, como hospitais, mas também em outros ambientes que usam filmes plásticos - por exemplo, fábricas de produção de alimentos, restaurantes e mesmo em residências.

Todos os vírus que caíram na superfície do filme foram destruídos.
[Imagem: Ri Han et al. - 10.1016/j.jphotobiol.2022.112551]

Filme autoesterilizante

Os pesquisadores testaram o filme quanto à atividade antiviral usando quatro vírus diferentes - duas cepas do vírus influenza A, um picornavírus altamente estável, chamado EMCV, e o SARS-CoV-2.

Durante os testes, o filme foi exposto à radiação UVA ou à luz de uma lâmpada fluorescente de luz branca fria.

O filme foi eficaz em matar todos os vírus testados - mesmo em uma sala iluminada apenas com lâmpadas fluorescentes brancas comuns.

"Este filme pode substituir muitos dos filmes plásticos descartáveis usados no setor de saúde, já que ele tem o valor agregado de ser autoesterilizante sem nenhum custo extra real. Por meio de testes rigorosos, descobrimos que ele é eficaz para matar vírus apenas com a luz ambiente - esta é a primeira vez que algo assim foi desenvolvido e esperamos que seja um grande benefício para a sociedade," disse o professor Andrew Mills.