13/02/2014

Facebook criou uma geração de assessores de imagem, diz pesquisadora

Com informações da RHUL
Facebook criou uma geração de assessores de imagem, diz pesquisadora
"Criamos um avatar de nossas vidas, um avatar que é mais magro, tem mais amigos, uma vida com mais amor e um trabalho melhor do que temos."
[Imagem: RHUL]

Goste dele ou o deteste, 10 anos após sua fundação, dificilmente você poderá ignorar o Facebook.

E, entre uma geração de nativos digitais de vinte e poucos anos, o site ajudou a criar uma cultura do narcisismo, diz Victoria Mapplebeck, da Universidade de Londres Royal Holloway.

"Como cuidamos das nossas vidas online? Quão honestos somos sobre nossas vidas nas mídias sociais? Os perfis e as postagens no Facebook geralmente parecem inexoravelmente otimistas. Criamos um avatar de nossas vidas, um avatar que é mais magro, tem mais amigos, uma vida com mais amor e um trabalho melhor do que temos," diz ela.

"Nós nos tornamos nossos próprios assessores de imagem e constantemente queremos que as pessoas saibam o que está acontecendo em nossas vidas, de coisas incrivelmente mundanas até decisões e escolhas pessoais que de outra forma seriam privadas," continua ela.

A pesquisadora, que é especialista em mídia interativa, resolveu pesquisar se estar constantemente no centro das atenções da mídia social - onde nada nunca é verdadeiramente deletado - muda fundamentalmente a experiência de amadurecimento e a forma como retratamos a nós mesmos.

"Existe apenas um botão 'Gostar' no Facebook, não há lugar para descrever nossas deficiências, somente espaço para pintar um retrato bastante superficial e idealizado de nossas vidas digitais," afirmou.

Mas Victoria se disse perturbada ao ouvir sobre os planos do Facebook para criar um "botão de simpatia", para que os usuários possam ter uma forma de responder às mensagens sobre más notícias, rupturas de relacionamentos, retrocessos de carreira ou doenças.

"Sempre vai ser mais rápido entrar no Facebook do que marcar um encontro com amigos em pessoa ou mesmo telefonar para eles. Mas, tomando eternamente o atalho digital, talvez nós estejamos começando a esperar mais da tecnologia e menos uns dos outros," concluiu ela.

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