Melhoria dos movimentos
A estimulação transcraniana por corrente contínua potencializou o benefício do exercício aeróbico e melhorou o andar de pacientes com Parkinson imediatamente após a sessão.
Houve ganho na variabilidade da marcha, no tempo de reação e no controle executivo do andar.
Os participantes compareceram a duas sessões de 30 minutos de exercícios aeróbicos (ciclismo em intensidade moderada) combinados com diferentes condições de estimulação transcraniana por corrente elétrica (tDCS, na sigla em inglês) ativa ou placebo, com intervalo de uma semana.
Antes e imediatamente após cada sessão, foram avaliadas funções cognitivas e a atividade cerebral durante o andar. Parâmetros espaço-temporais também foram incluídos na análise para acompanhar a quantidade e o comprimento do passo e medir a velocidade da marcha. No estudo, cruzado, randomizado e duplo-cego, houve controle por placebo.
"Em comparação com a pré-avaliação, os participantes diminuíram a variabilidade do tempo do passo, reduziram o tempo de reação simples e de escolha, além de aumentar a atividade na área do cérebro estimulada durante a caminhada após o exercício aeróbico combinado à tDCS ativa," escreveram os pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Estimulação elétrica transcraniana
A estimulação transcraniana é feita por meio de dois pequenos eletrodos retangulares, posicionados em locais específicos do crânio. O aparelho, portátil e alimentado por baterias, é ligado aos eletrodos fixados sobre o couro cabeludo, criando um circuito elétrico que atravessa o cérebro. A corrente é muito baixa, 2 miliamperes (mA), mas suficiente para estimular os neurônios, deixando-os preparados para atuar caso o organismo demande um movimento.
A técnica já é usada como alternativa aos antidepressivos, para combater a enxaqueca e até para alguns pacientes com obesidade, embora os aparelhos para dar choques no cérebro preocupem alguns neurocientistas.
"Mesmo com as limitações do tamanho da amostra, vimos que a estimulação transcraniana aumentou a atividade do córtex pré-frontal, uma área do cérebro que pacientes com Parkinson usam mais para controlar o andar do que indivíduos saudáveis. Com uma única sessão associada ao exercício, observamos melhoras, inclusive das funções cognitivas," disse o professor Rodrigo Vitório, um dos coordenadores do ensaio.
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