Polifenóis
Devido principalmente às suas comprovadas atividades antioxidantes, os polifenóis, ou compostos fenólicos, estão relacionados à prevenção do câncer e de doenças cardiovasculares.
Sua reconhecida capacidade de combater radicais livres, associados a processos de oxidação que conduzem a uma série de doenças degenerativas, determina o seu uso como substâncias bioativas, componentes dos chamados alimentos funcionais.
A presença dos polifenóis em grandes variedades de fontes vegetais, incluindo frutas, legumes e cereais, assim como em chás e sucos de frutas, faz com que esses produtos estejam sempre presentes na composição de uma dieta sadia.
Biotransformação
Entretanto, os polifenóis naturais ocorrem frequentemente ligados quimicamente a moléculas de açúcares ou a outros conjugados que podem comprometer a sua biodisponibilidade e limitar os seus efeitos benéficos no organismo.
Processos biotecnológicos que rompam essas ligações químicas, de forma a isolar a molécula do polifenol das que lhe estão associadas, podem ser chamados de biotransformação.
A biotransformação das fontes vegetais dos polifenóis, ou dos produtos delas advindos, leva ao aumento da concentração de compostos fenólicos livres e melhora a atividade funcional desses antioxidantes.
Antioxidantes
Os compostos antioxidantes assumiram particular importância quando se descobriu que as doenças crônico-degenerativas, diabetes, problemas coronários, cânceres, entre outros males que acompanham o envelhecimento, são antecedidos por processos oxidativos que ocorrem no organismo em níveis acima dos normais.
Em decorrência da associação entre o consumo de alimentos e bebidas ricos nessas substâncias e a preservação de doenças, o interesse por polifenóis passou a ser crescente.
Mas era necessário vencer as limitações impostas pelas estruturas desses compostos que afetam suas propriedades biológicas como biodisponibilidade, atividades antioxidantes e interações específicas com receptores celulares e enzimas.
Alimentos funcionais
Uma das alternativas para se chegar a eles é a biotransformação de fontes vegetais.
As pesquisadoras Lívia Rosas Ferreira e Gabriela Alves Macedo, da Unicamp, desenvolveram recentemente uma técnica para aumentar a atividade funcional dos antioxidantes na matriz alimentar do suco de laranja.
Dependendo do método empregado, a atividade antioxidante do suco de laranja aumentou de 50% a 70%.
Para as pesquisadoras brasileiras, os estudos da biotransformação enzimática de polifenóis em matrizes alimentares, que revelaram o aumento da atividade antioxidante, abrem caminho para a produção de alimentos de consumo corrente com maiores atividades funcionais.
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