Achatamento da curva das emoções
Parece bem óbvio que dormir menos do que o normal - ou desejável individualmente - afeta o modo como nos sentimos na manhã seguinte.
Mas também parece que a privação do sono tem um efeito mais amplo do que se calculava, fazendo não apenas nos sentirmos menos ativos e menos atentos, mas também menos determinados e menos felizes.
No geral, a conclusão é que dormir pouco reduz os sentimentos positivos de maneira geral.
"Não no sentido de que temos mais sentimentos negativos, como estar para baixo ou deprimido: Os participantes do nosso estudo experimentaram um achatamento de emoções quando eles dormiram menos do que o normal. Eles sentiram menos alegria, entusiasmo, atenção e satisfação," ressalta a psicóloga Ingvild Lehouillier, da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia.
E com um diferencial: Enquanto a maioria das pesquisas sobre o sono é feita em laboratório, a equipe estudou os participantes dormindo em suas próprias casas.
"Todos nós temos padrões de sono diferentes. O objetivo de fazer com que os participantes dormissem em casa era manter tudo o mais parecido possível com a vida cotidiana. Na fase de privação de sono imposta, os participantes iam para baixo das cobertas duas horas depois do que normalmente faziam, e tinham que acordar no horário habitual," explicou Lehouillier.
Reação mais rápida e mais erros
Os voluntários foram monitorados durante uma semana, Por três noites, eles iam dormir duas horas mais tarde do que o normal.
Todos os dias eles passavam por uma bateria de testes, feitos cerca de uma hora e meia depois que se levantavam - e sem tomar café.
"Nós testamos a capacidade de resposta e a precisão. O tempo de reação diminuiu depois que os participantes foram privados de sono, mas a taxa de erro aumentou. Parece que reagimos mais rapidamente para compensar a concentração mais baixa. Assim, haverá mais erros. Pode ser sábio evitar atividades que exijam um alto nível de precisão na manhã após dormir menos que o normal," disse Lehouillier.
Os participantes tiveram um desempenho cada vez melhor a cada dia que realizavam o teste depois de dormir normalmente, mas a precisão piorou sempre após uma noite de sono insuficiente.
"O sono é individual. Nem todo mundo precisa dormir sete horas e meia todas as noites. E somos pessoas A e B. Algumas de nós gostam de ficar acordadas até altas horas da madrugada, outras gostam de acordar cedo e aproveitar a manhã. O mais importante é como você se sente. Se você está de bom humor e alerta quando se levanta, essas são indicações de que seus hábitos de sono estão funcionando para você," disse Lehouillier.
De fato, períodos de sono mais curtos não são totalmente negativos: O corpo compensa períodos mais curtos com um sono mais eficaz. O tempo gasto acordado na cama também é menor.
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