Comunicação bacteriana
Pesquisadores descobriram que nanopartículas geradas pelas bactérias intestinais maternas estão presentes no líquido amniótico, demonstrando um mecanismo de comunicação até então desconhecido entre o microbioma intestinal materno e o bebê.
As nanopartículas detectadas são vesículas extracelulares secretadas pelas células bacterianas. As vesículas secretadas pelas bactérias contêm moléculas derivadas de células, como proteínas, DNA, RNA e produtos metabólicos. Essas nanopartículas desempenham um papel importante na comunicação entre as próprias bactérias, mas nunca havia sido documentado seu uso para essa comunicação de "longa distância".
O estudo envolveu 25 mães que deram à luz por cesariana, e os dados mostraram que as nanopartículas encontradas no líquido amniótico e nas fezes maternas eram semelhantes em termos de espécies e conteúdo bacteriano. O estudo foi então repetido com um rigor adicional, que não pode ser feito em humanos, usando um modelo animal experimental, onde foi constatado que as vesículas extracelulares isoladas das fezes maternas humanas de fato migram para o feto.
Esta descoberta fornece uma resposta positiva à questão que há muito intriga a comunidade científica: Se um feto saudável está exposto a bactérias durante a gravidez e se o ambiente fetal tem a sua própria microbiota.
Desenvolvimento do sistema imune
As nanopartículas produzidas pelas bactérias intestinais maternas podem ser importantes para o desenvolvimento do sistema imunológico fetal, preparando o feto para o momento do nascimento, quando o intestino fetal adquire rapidamente sua própria microbiota.
"De acordo com nosso estudo, na gravidez saudável as nanopartículas secretadas pelas bactérias intestinais maternas migram para o líquido amniótico, contendo moléculas derivadas das bactérias. As vesículas não causam infecções como as bactérias inteiras. Assim, o feto se familiariza com segurança com o intestino normal da mãe antes do nascimento. O mecanismo que descobrimos provavelmente desempenha um papel significativo no desenvolvimento do sistema imunológico fetal durante a gravidez," disse Anna Kaisanlahti, da Universidade de Oulu, na Finlândia.
Agora os pesquisadores querem estudar se a comunicação entre as bactérias intestinais maternas e o feto durante a gravidez afeta a saúde da criança mais tarde na vida.
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