Hipertensão na obesidade
Pesquisadores descobriram finalmente os mecanismos pelos quais a obesidade causa pressão alta e ainda identificaram possíveis maneiras de tratar essa forma de hipertensão.
A descoberta, feita em amostras de tecido humano, foi confirmada em experimentos que reverteram a pressão alta em animais de laboratório.
"Se conseguirmos projetar os compostos apropriados, poderemos tratar a hipertensão em pacientes obesos," disse o professor Swapnil Sonkusare, da Universidade da Virgínia (EUA).
Células endoteliais e pressão arterial
Já se suspeitava que a hipertensão na obesidade estivesse relacionada a problemas nas células endoteliais que revestem pequenas artérias, que são os vasos sanguíneos em nosso corpo que controlam a pressão arterial. Os mecanismos de como isso ocorre, no entanto, nunca haviam sido esclarecidos até agora.
Sonkusare e seus colegas descobriram que uma proteína chamada TRPV4, localizada nas membranas que circundam as células endoteliais, permite que o cálcio entre nas células e mantenha a pressão sanguínea normal.
A obesidade, por sua vez, afeta essa proteína dentro de minúsculas subseções da membrana celular - a equipe chamou essas subseções defeituosas de "microdomínios patológicos".
"Sob condições saudáveis, a TRPV4 nesses minúsculos microdomínios ajuda a manter a pressão sanguínea normal. Nós, pela primeira vez, mostramos a sequência de eventos que levam a um microambiente prejudicial para a entrada de cálcio na TRPV4," disse ele. "Acho que o conceito de microdomínio patológico será muito importante não apenas para estudos relacionados à obesidade, mas também para estudos de outros distúrbios cardiovasculares".
Os pesquisadores descobriram que a obesidade aumenta os níveis de enzimas produtoras de peroxinitrito nos microdomínios que contêm TRPV4. O peroxinitrito silencia a TRPV4 e reduz a entrada de cálcio nas células. Sem uma quantidade adequada de cálcio, a pressão arterial sobe.
Contra-atacar a hipertensão na obesidade
Sonkusare acredita que alvejar o peroxinitrito ou as enzimas que o produzem pode ser uma maneira eficaz de tratar e prevenir a pressão alta na obesidade, sem os efeitos colaterais que adviriam da tentativa de atingir a própria TRPV4.
"As pessoas me perguntaram: 'Por que você não usa um medicamento para ativar diretamente a TRPV4?' Mas a TRPV4 está presente em muitos outros tecidos, incluindo cérebro, músculos e bexiga," explicou ele. "Portanto, se você ativar diretamente a TRPV4, isso provavelmente terá efeitos colaterais indesejáveis. A melhor abordagem seria alvejar os eventos específicos que reduzem a função da TRPV4 na obesidade".
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