Células T superpoderosas
Cientistas descobriram uma forma "superpoderosa" de célula do sistema imunológico em pacientes que venceram o câncer.
São células T - também conhecidas como "células matadoras" porque eliminam os invasores - mas com propriedades superiores às das células T já conhecidas.
Especificamente, essas células foram capazes de reconhecer vários alvos diferentes associados ao câncer ao mesmo tempo, o que pode explicar porque os pacientes que as têm no organismo conseguiram vencer com sucesso tumores sólidos em estágios avançados.
Os pesquisadores analisaram pacientes com câncer sólido em estágio avançado que receberam terapia TIL (Linfócito Infiltrante Tumoral) no Centro Nacional de Terapia Imunológica do Câncer em Herlev, na Dinamarca (CCIT-DK). A terapia TIL retira glóbulos brancos (linfócitos) do tumor de um paciente, que são cultivados em maior número em laboratório e reinjetados no paciente, para ajudar o sistema imunológico a matar as células cancerígenas.
Durante o ensaio clínico de fase I/II, 31 pacientes receberam terapia TIL - todas as células TIL dadas a esses pacientes eram células T. A equipe então esperou para ver quais desses pacientes eliminariam o câncer e se concentraram neles.
Em seguida, células sanguíneas desses pacientes foram coletadas e colocadas em cultura junto com amostras armazenadas das próprias células tumorais de cada paciente, para ver quais células T responderiam. Os pesquisadores descobriram que os sobreviventes do câncer ainda apresentavam respostas de células T assassinas muito fortes contra o seu próprio câncer, mais de um ano depois de o terem eliminado.
Células imunológicas multifacetadas
Ao estudar essas novas células T, a equipe descobriu que elas são "multifacetadas", capazes de reconhecer múltiplas alterações nas proteínas dentro das células cancerígenas.
"Uma célula T assassina multifacetada de um sobrevivente de câncer demonstrou ser substancialmente melhor em reconhecer o câncer do que uma célula T assassina anticancerígena normal. Além disso, a capacidade de responder simultaneamente a várias proteínas associadas ao câncer significa que essas células T podem responder à maioria dos tipos de câncer, uma vez que os cânceres precisam expressar apenas um dos alvos aberrantes para serem identificadas como perigosas e serem mortas," disse o professor Andy Sewell, da Universidade de Cardiff (Reino Unido), coordenador da pesquisa.
Agora a equipe pretende avançar as pesquisas, que poderão seguir duas vertentes: Descobrir como induzir a geração dessas células imunológicas superpoderosas em pacientes com câncer, ou usar sua presença em um paciente para determinar quais terapias serão necessárias e quais terão maiores chances de sucesso.
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