Tempo biológico
Que o nosso corpo tem seu próprio relógio biológico para regular ritmos essenciais do nosso corpo todo o mundo já sabe.
O que poucos sabem é que o nosso "tempo biológico", mais conhecido como ritmo circadiano, não necessariamente segue o mesmo ritmo do "tempo cósmico", marcado pelos movimentos do Sol e da Terra.
Assim, há pessoas que têm dificuldade em ficar ativas no início da manhã, enquanto outras costumam apresentar potência total em seus motores internos bem tarde da noite.
Mas há um problema: é muito difícil saber as horas que os nossos relógios biológicos marcam.
Que horas são no seu relógio biológico?
Os ciclos de sono e vigília, as atividades digestivas e muitos outros processos fisiológicos são controlados por nosso relógio biológico. É por isso que o horário das refeições é tão importante quanto o que você come.
Há pouco tempo se descobriu até que o ritmo circadiano afeta como os pacientes reagem aos medicamentos.
Por exemplo, quando se ajusta um ciclo de quimioterapia para o tempo interno do corpo dos pacientes é possível não apenas melhorar a eficácia do tratamento, como também reduzir os efeitos colaterais.
O problema é ler as horas no relógio biológico individual.
O método mais aceito exige a retirada de amostras de sangue do paciente uma vez por hora, para monitorar os níveis do hormônio melatonina, um dos indicadores associados com o tempo interno do corpo.
Calendário molecular
Agora, um grupo de pesquisadores japoneses desenvolveu um método alternativo para determinar o horário interno do corpo construindo o que eles chamam de um calendário molecular.
O método envolve examinar uma amostra de sangue para determinar os níveis de mais de 50 hormônios, metabólitos e aminoácidos gerados pela atividade biológica.
A vantagem é que bastam duas amostras de sangue de cada pessoa, coletadas em um período de 24 horas.
A nova técnica foi aferida contra o método tradicional baseado na melatonina, e os dois resultados mostraram a mesma hora no relógio biológico dos voluntários.
Medicina personalizada
A expectativa é que o novo exame permita que os médicos sincronizem a aplicação dos medicamentos de acordo com o tempo interno do corpo dos pacientes, sobretudo em tratamentos mais intensos, como quimioterapia, cirurgias e em pacientes internados em UTIs.
"A medicina personalizada tem-se concentrado sobretudo em diferenças genéticas, mas há também diferenças temporais entre os pacientes. Este será o próximo passo na medicina personalizada," afirmou o biólogo Hiroki Ueda, do Centro de Biologia Desenvolvimental Riken (Japão), que liderou a pesquisa.
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