Importância dos hidrogéis
Cientistas descobriram um modo de colar hidrogéis, materiais já amplamente utilizados na área de saúde, mas que até agora só podiam funcionar isoladamente, já que é muito difícil juntá-los - e isso amplia muito suas possibilidades de aplicação.
Os hidrogéis são biomateriais versáteis que conquistam um número cada vez maior de áreas biomédicas. Consistindo em redes moleculares inchadas pela água, o que permite que elas sejam adaptadas para imitar as características mecânicas e químicas de vários órgãos e tecidos, elas podem interagir dentro do corpo e nas suas superfícies externas sem causar qualquer dano até mesmo às partes mais delicadas da anatomia humana.
Os hidrogéis já são utilizados na prática clínica para a administração terapêutica de medicamentos no combate a patógenos; como lentes intraoculares e de contato e próteses de córnea em oftalmologia; cimento ósseo, curativos para feridas, bandagens de coagulação sanguínea e estruturas 3D em engenharia e regeneração de tecidos.
Uma técnica que permita colar rapidamente diferentes hidrogéis pode permitir inúmeras novas aplicações, incluindo, por exemplo, hidrogéis cuja rigidez possa ser ajustada para melhor se adaptar a tecidos específicos, encapsulamento sob demanda de eletrônicos flexíveis para diagnósticos médicos ou a criação de envoltórios de tecido autoadesivos para partes do corpo difíceis de enfaixar.
Colar hidrogéis com quitosana
E foi isto o que conseguiram agora Benjamin Freedman e colegas da Universidade de Harvard (EUA), que criaram um método simples e versátil para unir de forma instantânea e eficaz camadas feitas do mesmo ou de diferentes tipos de hidrogéis e outros materiais poliméricos.
Como cola é usada uma fina película de quitosana, um material fibroso à base de açúcar derivado dos esqueletos externos de mariscos. Os pesquisadores testaram sua nova abordagem em vários problemas médicos não resolvidos, incluindo o resfriamento protetor local de tecidos, a vedação de lesões vasculares e a prevenção de "aderências cirúrgicas" indesejadas de superfícies internas do corpo que não deveriam aderir umas às outras.
"Os filmes de quitosana, com sua capacidade de montar, ajustar e proteger eficazmente hidrogéis no corpo e além dele, abrem inúmeras novas oportunidades para criar dispositivos para medicina regenerativa e cuidados cirúrgicos," disse o professor David Mooney. "A velocidade, facilidade e eficácia com que podem ser aplicados os tornam ferramentas e componentes altamente versáteis para processos de montagem in vivo em intervalos de tempo muitas vezes curtos, durante cirurgias, e para a fabricação simples de estruturas complexas de biomateriais em instalações de fabricação."
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