Coisas que você não deve deixar que seu médico faça
O Diário da Saúde está publicando uma série especial onde os médicos discutem procedimentos que, em muitos casos, podem ser evitados para o bem dos pacientes.
Parte 1 - Transfusão de Sangue
Parte 2 - Fazer cirurgia sexta-feira
Parte 3 - Usar lâminas para depilação
Parte 4 - Implantar a prótese mais moderna
Parte 6 - Ressuscitação desnecessária
Parte 7 - Tocar em você sem lavar as mãos
Parte 5. Não deixe que o seu médico... faça-lhe um check-up geral
Check-ups gerais de saúde - também conhecidos como rastreios, triagens ou simplesmente "exames de rotina" - têm sido muito populares, sobretudo em empresas, onde devem ser realizados obrigatoriamente por todos os empregados todos os anos.
A tradição veio dos Estados Unidos. Na Europa, o mais comum são check-ups a cada cinco anos. No Reino Unido, por exemplo, os exames preventivos estão voltados principalmente para a redução do risco de doenças cardiovasculares.
Os médicos medem a pressão sanguínea, níveis de colesterol e índice de massa corporal e dão alguns conselhos gerais de saúde.
A prática se tornou tão comum que fazer um check-up regular virou "exame de rotina", soando quase como senso comum - a última palavra em medicina preventiva.
Contudo, essas consultas programadas e seus exames são surpreendentemente controversos entre os especialistas que defendem a medicina baseada em evidências.
Isso porque esses exames de rotina são uma forma de triagem, ou rastreio - em outras palavras, procurar doenças em pessoas que não têm sintomas.
E as triagens têm o mau hábito de fazer mais mal do que bem se forem realizadas sem grandes ensaios que demonstrem sua eficácia.
As desvantagens potenciais do rastreamento incluem deixar as pessoas preocupadas desnecessariamente (falsos positivos), oferecer uma falsa confiança (falsos negativos) ou levar a exames e tratamentos desnecessários.
Isso tem sido demonstrado em vários tipos de triagem, como o antígeno específico da próstata (PSA), câncer de ovário, autoexame da mama e eventualmente também as mamografias.
Têm sido feitos vários estudos para avaliar a eficácia dos check-ups gerais de saúde, e as conclusões têm sido extremamente negativas. O mais recente, e um dos maiores já feitos, analisou cerca de 600.000 pessoas dinamarquesas que puderam fazer verificações anuais de saúde por cinco anos. Cinco anos após este período de práticas preventivas, não houve qualquer efeito sobre os ataques cardíacos ou taxas globais de mortalidade entre as pessoas monitoradas.
"A primeira coisa que sabemos sobre todas as triagens é que elas causam danos," sentencia o Dr. Peter Gotzsche, que dirige o Centro Nórdico Cochrane em Copenhague (Dinamarca). "Às vezes, os benefícios são maiores do que os danos, e às vezes eles não são."
Check-ups de rotina não trazem benefícios, dizem médicos
No sexto artigo da série, os médicos falam sobre procedimentos de ressuscitação.
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