27/04/2015

Cientistas manipulam geneticamente embriões humanos

Redação do Diário da Saúde

Questões éticas

Os boatos de que cientistas estariam alterando o DNA de embriões humanos se confirmaram.

Uma equipe de cientistas da China conseguiu que seu estudo fosse aceito por uma publicação científica menos conhecida, chamada Protein & Cell, depois de o trabalho ser rejeitado pela Nature e pela Science, as revistas científicas mais famosas do mundo.

Ambas as publicações que rejeitaram a publicação alegaram questões éticas envolvendo a manipulação genética dos embriões humanos.

A manipulação do DNA humano levantou um debate feroz entre os próprios cientistas, pelo menos até agora com a manifestação de mais críticos do que defensores, os primeiros alegando sobretudo que pesquisas com a manipulação genética de seres humanos não pode ser feita sem uma ampla discussão com a sociedade e sem objetivos bem definidos.

Sem consenso

Segundo a revista Science, a publicação do estudo renovou os pedidos de uma moratória para qualquer tentativa de estabelecer uma gravidez com embriões geneticamente modificados.

Segundo a Science, além de os cientistas mostrarem-se unidos na oposição contra qualquer aplicação clínica da manipulação de embriões humanos, não há consenso nem mesmo sobre o valor dessas pesquisas como ciência básica.

A revista Nature destacou que, conforme já havia relatado em um artigo publicado em Março, como as modificações genéticas na linha germinativa são herdáveis, elas podem ter um efeito imprevisível nas futuras gerações.

"Pesquisadores também têm expressado preocupações de que qualquer pesquisa de edição genética em embriões humanos pode ser uma ladeira escorregadia rumo a usos inseguros ou antiéticos da técnica," relatou agora a revista.

CRISPR

A manipulação genética de embriões humanos, feita por Junjiu Huang e seus colegas da Universidade Sun Yat-sen, em Guangzhou, foi possível graças a uma técnica chamada CRISPR (pronuncia-se crisper).

CRISPR é uma sigla em inglês para "agrupamentos de repetições palindrômicas curtas regularmente interespaçadas". A técnica é muito recente e viabilizou pela primeira vez a manipulação rápida e fácil de genes individuais em seres humanos.

Segundo a equipe, apesar do sucesso da manipulação, a técnica mostrou-se menos eficiente do que o previsto, criando "mosaicos genéticos", o que provavelmente significa que os embriões humanos que a equipe alterou não seriam viáveis se fossem implantados para uma gestação. Segundo eles, os embriões foram descartados.

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