Filmes de vírus
Uma tecnologia avançada de microscopia eletrônica permitiu ver pela primeira vez como os vírus humanos se movem em alta resolução e em um ambiente quase nativo.
Isso é algo difícil de fazer porque, para analisar partículas biológicas se movendo no corpo humano é necessário permitir que os vírus se movam livremente em três dimensões, muito diferente da observação estática tradicional em placas de petri.
Os resultados aparecem não como fotografias, mas como vídeos dos vírus movendo-se no líquido, só que em altíssima resolução, mostrando até mesmo mudanças sutis na superfície do vírus.
Isso já é uma novidade para os cientistas, indicando que as propriedades físicas do vírus podem mudar conforme ele explora seu ambiente - a resolução ficou entre três a quatro ângstroms (um átomo tem cerca de um ângstrom).
A equipe gravou filmes ao vivo de 20 segundos dos vírus flutuando em um líquido com resolução quase atômica - hoje, um grau semelhante de informação pode levar até 24 horas para ser capturado usando os métodos tradicionais de imagem estática.
Vírus em movimento
Esta nova técnica de visualização pode levar a uma melhor compreensão de como as vacinas e os tratamentos em desenvolvimento se comportam e funcionam conforme interagem com os vírus.
"Ainda estava em aberto o desafio de ver os materiais biológicos em sistemas dinâmicos que refletissem seu desempenho autêntico no corpo," disse a professora Deborah Kelly, da Universidade do Estado da Pensilvânia (EUA). "Nossos resultados mostram novas estruturas e percepções ativas dos vírus humanos contidos em volumes diminutos de líquido - o mesmo tamanho das gotículas respiratórias que espalham o SARS-CoV-2."
Para desenvolver a técnica, os pesquisadores usaram vírus adeno-associados (AAV) como modelo - AAV é uma nanopartícula biológica que pode ser usada para ajudar a entregar vacinas ou tratamentos diretamente às células.
A equipe já está usando a técnica para estudar o SARS-CoV-2, coletado de pacientes com covid-19.
"Vimos como os anticorpos contidos no soro de pacientes com covid-19 interagiram com as partículas restantes de SARS-CoV-2," contou Kelly, observando que a capacidade de visualizar essas interações é especialmente útil ao avaliar a viabilidade de candidatas a vacinas, antes de partir para os caros e demorados testes clínicos.
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