12/08/2009

Cientista sequencia seu próprio genoma e vira cobaia em pesquisas

David Orenstein
Cientista sequencia seu próprio genoma por menos de US$ 50 mil
Equipamento, do tamanho de uma geladeira doméstica, utilizado para fazer o sequenciamento genético.
[Imagem: Divulgação]

Queda no custo do sequenciamento

Nas primeiras vezes que os cientistas mapearam todo o DNA de um ser humano, em 2001, cada trabalho custou centenas de milhões de dólares e envolveu mais de 250 pessoas.

No ano passado, quando o menor custo de um sequenciamento já relatado até hoje foi anunciado, o valor atingiu US$250.000,00, e a tarefa exigiu quase 200 pessoas.

Agora, em um artigo publicado na revista Nature Biotechnology, o pesquisador Stephen Quake, da Universidade de Stanford (EUA), descreve como ele sequenciou seu próprio genoma por menos de US$50.000,00 e com uma equipe de apenas três pessoas, incluindo ele próprio.

De um Boeing 747 para um carro

Em outras palavras, uma tarefa que costumava custar tanto quanto um Boeing 747 há menos de 10 anos, e exigia uma equipe que poderia encher metade do avião, agora custa tanto quanto um carro de passeio sem muito luxo, e a equipe inteira cabe com folga no carro.

"Esta é a primeira demonstração de que você não precisa de um centro de genômica para sequenciar um genoma humano," diz Quake. "Isto está realmente democratizando os frutos da revolução genômica e dizendo que qualquer um pode jogar esse jogo."

Medicina personalizada

Há pelo menos duas razões pelas quais é importante a diminuição do custo e do trabalho necessário para sequenciar toda a informação genética de um indivíduo.

Primeiramente, quanto mais exemplos os cientistas tiverem de todo o código genético humano, mais eles poderão compreender como genes específicos e suas mutações resultam em características que nos tornam diferentes.

Em segundo lugar, conforme o conhecimento se amplia e os custos caem, os médicos poderão então sequenciar os genomas de seus pacientes e oferecer-lhes uma "medicina personalizada," na qual a prevenção e os tratamentos das doenças poderão ser estabelecidos de acordo com o perfil genético exato do paciente.

Cientista que vira cobaia

O professor Quake é mais um exemplo de pesquisador que se oferece como cobaia. Seus colegas estão agora analisando seu genoma e examinando o próprio Quake, capturando dados para estabelecer conexões entre os que eles observam nele próprio, no seu DNA e no seu histórico familiar.

Algumas conexões interessantes já foram encontradas entre seu código genético e sua saúde. Uma delas é que o cientista possui uma mutação rara associada com uma doença do coração. A boa notícia, segundo ele, é que ele aparentemente está também geneticamente predisposto a responder bem aos medicamentos tradicionais para baixar o colesterol.

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