Ciência do olfato
Cheiros estão longe de serem coisas absolutas: Na verdade, nossos cérebros processam os odores de maneira diferente dependendo até mesmo dos nomes que damos a eles.
Quando cientistas pediram a voluntários que cheirassem odores semelhantes - por exemplo, dois aromas cítricos - e depois avaliassem o quão diferentes eles achavam que os odores eram, o que se viu foi que odores idênticos, mas etiquetados com nomes diferentes, foram classificados como diferentes em proporção significativamente maior do que quando rotulados com o mesmo nome.
Ao utilizar a tecnologia de ressonância magnética funcional de campo ultra-alto, os pesquisadores puderam ver como a informação, o odor e os rótulos eram processados na área do cérebro que identifica o odor, e como isso diferia dependendo do nome utilizado para cada cheiro.
Estes resultados surpreendentes ajudam a compreender melhor não apenas a experiência dos odores, que depende do contexto, mas também como a linguagem pode afetar nossa vida diária. Você imaginaria, por exemplo, que uma rosa cheirasse menos doce apenas por lhe darmos outro nome? E não foram só cheiros bons; cheiros ruins também variaram em classificação dependendo do nome que lhes foram dados durante os experimentos.
Cheiros no cérebro
Os dados da ressonância magnética mostraram que algumas partes do córtex piriforme foram afetadas pelas palavras usadas para rotular os odores, enquanto outras áreas foram mais afetadas pelo próprio odor. Os pesquisadores sugerem que isso pode ocorrer porque as áreas afetadas pelas palavras seriam diferentes daquelas afetadas pelos odores no córtex olfativo primário, mas são necessárias mais pesquisas para confirmar isso.
A equipe também notou uma conexão significativa entre as áreas do córtex piriforme afetadas pelas palavras e outras regiões do cérebro envolvidas no processamento da linguagem.
"Ficamos surpresos ao descobrir os efeitos claros dos rótulos nas avaliações dos odores pelos participantes. Também pudemos ver pelos resultados da fMRI como o contexto semântico, os rótulos de palavras usados, influenciaram a atividade de codificação de odores no córtex piriforme, uma parte fundamental do córtex olfativo primário para processar o cheiro," explicou o professor Masako Okamoto, da Universidade de Tóquio (Japão).
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