Marcapassos cardíacos, bombas de insulina, desfibriladores e outros dispositivos médicos implantáveis geralmente dispõem de comunicação sem fios para permitir que atendentes de emergência possam monitorar os pacientes.
Mas esta funcionalidade tem uma desvantagem: os aparelhos podem ser hackeados.
Para resolver o problema, pesquisadores da Universidade Rice (EUA) criaram uma técnica de segurança capaz de reduzir drasticamente o risco de que um dispositivo médico implantado possa ser acessado ou alterado remotamente sem autorização.
Em vez de uma senha comum, o sistema usa o próprio batimento cardíaco do paciente como uma espécie de código de acesso que só pode ser ativado através de um toque.
Farinaz Koushanfar e Masoud Rostami chamaram sua invenção de Coração-a-Coração.
"Se você tem um dispositivo dentro do seu corpo, uma pessoa poderia passar, apertar um botão e violar sua privacidade, ou mesmo dar-lhe um choque", disse Rostami. "Ela poderia [fazer uma bomba de insulina] injetar insulina ou atualizar o software do seu marcapassos. Mas nossa solução força quem quiser ler o dispositivo a tocar em você."
Senha do coração
O sistema exige que um software no aparelho implantado converse com o dispositivo de "toque", chamado programador.
Quando um técnico médico aproxima o programador do paciente - realizando o "toque" - o programador coleta uma assinatura de eletrocardiograma em tempo real.
Os aparelhos interno e externo então comparam detalhes minuciosos do eletrocardiograma e executam um procedimento conhecido em informática como handshake (aperto de mão).
Se os sinais recolhidos pelos dois no mesmo instante baterem, então esse sinal se torna a senha que permite o acesso do dispositivo externo ao implante interno.
"O sinal do seu batimento cardíaco é diferente a cada segundo, então a senha é diferente a cada vez," disse Rostami. "Você não pode usá-la nem mesmo um minuto mais tarde."
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