O sonho de usar biochips para evitar biópsias invasivas está mais próximo da realidade graças a um novo dispositivo que usa ondas sonoras para separar as células cancerosas das células normais do sangue.
A técnica não é totalmente nova, mas as tentativas anteriores para o seu desenvolvimento não deram certo porque seu funcionamento era lento demais para uso clínico, embora dê resultados muito precisos.
Agora Subra Suresh, da Universidade Carnegie Mellon (EUA) coordenou uma equipe multi-institucional que construiu um chip microfluídico que é 20 vezes mais rápido do que os protótipos anteriores.
Células tumorais circulantes
O biochip usa ondas sonoras para separar as células tumorais circulantes (CTCs) das células brancas do sangue.
CTCs são células liberadas por um tumor primário, que circulam através do corpo pela corrente sanguínea. Elas são de grande interesse porque oferecem uma maneira de flagrar as células cancerosas e detectar a existência de um tumor através de um exame de sangue de rotina, em vez de uma biópsia.
Isto permite o uso do novo biochip nos laboratórios de pesquisa básica sobre a doença, além de abrir o caminho para a criação de um exame que detecte o câncer no próprio consultório médico.
As melhorias permitiram que os pesquisadores testassem a técnica utilizando amostras reais de pacientes humanos pela primeira vez. Esses testes comprovaram que o método sônico para a separação das células cancerosas CTCs é tão eficaz quanto a técnica atual aprovada pelas autoridades de saúde, que exige grandes aparatos laboratoriais.
Exame sônico
O biochip usa uma força mecânica suave, criada por ondas de som, permitindo recuperar as CTCs inteiras sem danificá-las.
Embora o aumento da velocidade do dispositivo tenha deixado-o pronto para o uso em pesquisas de laboratório, ele ainda não consegue cumprir o objetivo de viabilizar um exame no consultório médico: a equipe afirma que sua meta é separar as CTCs de uma gota de sangue em menos de 30 minutos.
Eles também precisarão desenvolver uma versão do biochip que possa ser utilizada com amostras de sangue total, eliminando a necessidade de remover as células vermelhas do sangue exigida pelo protótipo.
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