Bancos genéticos
Há poucos dias, cientistas da USP e da UFRJ anunciaram a intenção de criar um banco de células-tronco coletadas da população.
Agora, uma outra equipe, também sediada na USP e ligado ao Instituto de Biociências da universidade, anunciou que pretende criar um banco de dados de doenças genéticas raras da população brasileira.
Os dados clínicos e as informações genômicas serão obtidos a partir dos exames feitos nos pacientes atendidos pelo Centro de Estudos do Genoma Humano (CEGH).
Além dos dados do DNA, serão armazenadas também células-tronco dos pacientes.
Em nenhuma das duas iniciativas está claro se os pacientes terão que concordar com o arquivamento de seus dados nestes bancos de dados genéticos.
Doenças genéticas
O CEGH (Centro de Estudos do Genoma Humano) já atendeu cerca de 80 mil pessoas pertencentes a famílias afetadas por doenças genéticas desde que foi fundado, em 2000.
As doenças genéticas consideradas raras envolvem doenças neuromusculares, malformações congênitas, obesidade de causa genética, autismo e até déficit cognitivo.
Os pesquisadores desenvolveram um programa para registro dos dados genéticos não apenas dos pacientes, mas também de seus familiares.
"O software facilitará o acompanhamento e a seleção de pacientes para as pesquisas sobre doenças genéticas que realizamos", disse Maria Rita dos Santos e Passos-Bueno, pesquisadora do CEGH, em entrevista à Agência FAPESP, que é financiadora da iniciativa.
Baterias de exames
De acordo com a pesquisadora, um dos principais objetivos do programa é controlar o fluxo de exames clínicos e moleculares dos pacientes e de seus familiares, que são bastante diversificados e parametrizados.
Esses exames normalmente são feitos em baterias de até 30 exames, por uma questão de economia, já que a realização de exames individualizados é muito caro.
"O software cobre um ciclo que começa com a coleta do material do paciente até a expedição do resultado do laudo, e tem como objetivo apoiar a decisão dos pesquisadores do CEGH em relação à escolha de pacientes, por exemplo, para um acompanhamento mais próximo", disse João Eduardo Ferreira, membro da equipe.
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