25/11/2016

Bactéria da pele protege contra doenças dermatológicas

Redação do Diário da Saúde
Bactéria da pele protege contra doenças dermatológicas
Esta é a Propionibacterium acnes, uma bactéria benigna que secreta uma proteína que protege nossa pele contra os radicais livres.
[Imagem: Matthias Mörgelin/Lund University]

Bactérias protetoras da pele

Há cada vez mais exemplos de como podemos nos beneficiar das bactérias com quem compartilhamos nossos corpos - por exemplo, as bactérias do nosso intestino parecem formar um "segundo cérebro".

O pesquisador Rolf Lood, da Universidade de Lund (Suécia), mostrou agora que isso é verdadeiro também para a pele.

Ele demonstrou que as bactérias mais comuns na pele humana secretam uma proteína que nos protege das espécies reativas de oxigênio - mais conhecidos como radicais livres - que parecem contribuir para várias doenças da pele.

A proteína tem um efeito sobre as espécies de oxigênio tão forte quanto antioxidantes conhecidos, como a vitamina C e a vitamina E.

Bactéria da acne

A bactéria da pele em questão é a Propionibacterium acnes.

"O nome se origina do fato de que a bactéria foi descoberta em um paciente com acne grave, mas se ela causa acne é algo ainda não comprovado - ela pode estar presente apenas porque é tão comum," disse Rolf Lood.

A novidade é que essa "bactéria da acne" secreta uma proteína chamada RoxP, que protege contra o estresse oxidativo, uma condição na qual espécies de oxigênio reativo danificam as células - uma causa comum de estresse oxidativo na pele é a radiação ultravioleta do Sol.

"Esta proteína é importante para a sobrevivência da própria bactéria em nossa pele. A bactéria melhora seu ambiente de vida ao secretar RoxP, mas ao fazê-lo também nos beneficia," explica o pesquisador.

Tratamento bacteriano

Como a Propionibacterium acnes é tão comum, ela está presente tanto em indivíduos saudáveis como nas pessoas com doenças da pele. De acordo com o pesquisador, no entanto, as pessoas têm diferentes quantidades da bactéria em sua pele, e as bactérias de cada pessoa também podem produzir mais ou menos quantidade da proteína protetora RoxP.

Agora ele pretende analisar o papel específico da proteína e confirmar sua atuação contra condições específicas da pele.

"Se os resultados do estudo forem positivos, eles podem levar à inclusão da RoxP em protetores solares e ao seu uso no tratamento da psoríase e da dermatite atópica," prevê Lood.

Os resultados foram publicados na Nature Scientific Reports.

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