19/08/2015

Aparelho de estimulação cerebral prejudica memória

Com informações da Nederlandse Vereniging voor Psychonomie

Choques no cérebro

Usuários apresentam danos à memória depois de receber uma estimulação elétrica de baixa intensidade administrada na parte frontal do cérebro por um aparelho comercial, vendido pela internet.

Laura Steenbergen e Lorenza Colzato e seus colegas do Instituto Leiden do Cérebro e Cognição (Holanda) e do Instituto Max Planck para o Desenvolvimento Humano (Alemanha) publicaram seus resultados na revista científica Experimental Brain Research.

"Dados os riscos potenciais do abuso dos dispositivos de estimulação transcraniana por corrente elétrica (ETCC), e dado que os efeitos a longo prazo sobre o cérebro não foram totalmente explorados, há uma necessidade de mais investigação e de regulamentos ou orientações oficiais para o uso pessoal da ETCC," disse Steenbergen.

Estimulação transcraniana por corrente elétrica

A equipe recrutou 24 voluntários saudáveis, que receberam uma corrente de baixa intensidade administrada por eletrodos para a parte frontal do cérebro através do couro cabeludo por meio de um dispositivo comercial ETCC, da marca foc.us, versão 1.

Os voluntários foram ao laboratório duas vezes e receberam ou uma estimulação falsa, sem corrente elétrica, ou uma corrente elétrica suave, que facilita a ativação dos neurônios na região focalizada.

Durante e após a estimulação, os pesquisadores pediram aos participantes para executar uma tarefa de memória de trabalho em que eles tinham que atualizar as informações lembradas.

Memória de trabalho prejudicada

Em comparação com quando os participantes recebiam a estimulação falsa, a estimulação ativa prejudicou o desempenho da memória.

"Ainda que preliminares, estes resultados mostram o papel crítico e ativo fundamental da comunidade científica na avaliação das geralmente envolventes alegações de longo alcance feitas pela indústria de treinamento do cérebro com relação ao impacto dos seus produtos no desempenho cognitivo," conclui Colzato.

O Diário da Saúde entrou em contato por email com a empresa, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem. O site da empresa possui um chamado para uma seção das pesquisas que embasariam o funcionamento do equipamento, mas o link está quebrado e retorna uma mensagem de página inexistente.

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