Riscos e interesses
O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, reiterou hoje a ideia de se proibir a venda de medicamentos inibidores de apetite que contenham sibutramina e os anorexígenos anfetamínicos (anfepramona, femproporex e mazindol), durante audiência pública no Senado.
Já representantes dos endocrinologistas argumentaram que os benefícios desses medicamentos são maiores que os riscos.
De acordo com o presidente da Anvisa, a decisão sobre o assunto deve ser anunciada depois de reunião com representantes das agências reguladores dos Estados Unidos e da Europa, que já proibiram a venda de algumas das substâncias em discussão, marcada para junho.
Interesses comerciais
Para o médico sanitarista José Ruben Bonfim, coordenador-executivo da Sociedade Brasileira de Vigilância de Medicamentos, a manutenção da venda dos medicamentos anoréxicos decorre de questões comerciais.
Segundo ele, o Brasil é o maior fabricante desse tipo de produtos. "Como explicar que os anfetamínicos tenham saído do mercado da Europa, da Austrália, Nova Zelândia, e no Brasil eles têm sido de um consumo crescente. A única explicação está relacionada ao comércio".
Segundo dados da Anvisa, no Brasil são consumidos anualmente 58 toneladas de produtos a base de anfetamina e outras 24 toneladas de sibutramina. Um valor considerado alto.
Medida drástica
A endocrinologista Rosana Radominski, representante da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, defendeu a manutenção da venda dos medicamentos e uma maior fiscalização da comercialização.
"[A proibição] é uma medida drástica. A situação mais importante é haver um maior controle do uso dessas medicações para que possam ser utilizadas para a finalidade correta, que é no tratamento da obesidade e sobrepeso com complicações," defende.
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