28/01/2016

Analgésicos opioides aumentam risco de depressão

Redação do Diário da Saúde
Analgésicos opioides aumentam risco de surgimento de depressão
"Os resultados foram notavelmente consistentes entre os três sistemas de cuidados de saúde, mesmo que os sistemas tenham pacientes com características e demografias muito diferentes," disse o Dr. Jeffrey Scherrer.
[Imagem: Saint Louis University]

Opioides e depressão

As drogas opioides - ou opiáceos - podem até gerar uma melhora de curto prazo no humor, mas seu uso a longo prazo impõe um risco de surgimento de uma depressão em pacientes que nunca apresentaram a condição.

E o longo prazo considerado nesta avaliação não é tão longo assim: mais de 30 dias de uso dos medicamentos opioides.

Os resultados mostraram que esse tempo é suficiente para gerar mudanças na neuroanatomia e baixar os níveis de testosterona, entre outras possíveis explicações biológicas para o surgimento da depressão.

"O aparecimento de uma depressão nova relacionada com os opioides está associado com a maior duração do uso, mas não com a dose. Pacientes e médicos devem estar cientes de que o uso de analgésicos opioides por mais de 30 dias impõe risco do surgimento de depressão," confirma o Dr. Jeffrey Scherrer, da Universidade de Saint Louis (EUA), membro da equipe que assina o estudo que chegou a estas conclusões.

Risco consistente

Os pesquisadores acompanharam milhares de pacientes de três programas de saúde distintos para capturar diferentes perfis fisiológicos e psicológicos. Foram monitorados 70.997 pacientes ligados à Veterans Health Administration, 13.777 associados da Baylor Scott & White Health e 22.981 pacientes do Henry Ford Health System.

Todos os pacientes considerados não haviam feito uso anterior de opiáceos, tinham idades entre 18 e 80 anos e não tinham diagnóstico de depressão quando começaram a tomar os analgésicos opioides.

12% dos pacientes do primeiro programa de saúde, 9% do segundo e 11% do terceiro desenvolveram depressão após o uso dos analgésicos opioides.

"Os resultados foram notavelmente consistentes entre os três sistemas de cuidados de saúde, mesmo que os sistemas tenham pacientes com características e demografias muito diferentes," disse Scherrer.

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