Como escolhemos os amigos
Psicólogos descobriram que a personalidade parece não ter muita influência na escolha de amizades sociais na escola. Em vez disso, parece que os estudantes escolhem os amigos baseando-se mais na proximidade dos contatos do que em seu comportamento e jeito de ser.
"Este é um trabalho pioneiro no sentido de que utilizou técnicas de aprendizagem automática e de inteligência artificial para prever se existe uma relação (boa ou má) entre duas pessoas. Mas, para além desta previsão em si, o trabalho fornece uma compreensão de como construímos as nossas amizades, que é identificando relações comuns, e não características pessoais, como a principal razão de estar conectado," disse o professor Anxo Sánchez, da Universidade Carlos III de Madrid (Espanha).
A equipe fez um estudo detalhado das relações sociais dos alunos de 13 escolas secundárias, incluindo mais de 3.000 indivíduos e cerca de 60.000 relacionamentos positivos e negativos, juntamente com evidências de características pessoais dos alunos. "Podemos prever com bastante precisão (90%) se duas pessoas são amigas ou se não se dão simplesmente sabendo quantos amigos e inimigos elas têm em comum," disse Sánchez.
Homofilia
Isto é importante porque desafia a crença comum de que as amizades são baseadas na semelhança - ou seja, na homofilia. Esta compreensão pode ter implicações importantes na forma como compreendemos e construímos as nossas amizades, especialmente em sociedades onde a homogeneidade cultural e de pensamento pode ser altamente valorizada. "Se as pessoas compreenderem que não precisam de ser iguais para serem amigas, poderão estar mais dispostas a procurar amizades com pessoas que têm origens, interesses e perspectivas diferentes," afirmou a pesquisadora Maria Pereda.
"Além disso, se a homofilia não for a única coisa importante na hora de criar novos relacionamentos, mas pudermos nos conectar com outras pessoas simplesmente porque são amigos dos nossos amigos, então a diversidade aumentará e, com ela, a polarização diminuirá," acrescentou Pablo Brañas, da Universidade Loyola.
Esse conhecimento também pode ser importante para professores e demais profissionais que precisam lidar com relacionamentos. No ambiente escolar, por exemplo, pode ser possível lidar de modo eficaz com casos de exclusão social.
No ambiente profissional, por sua vez, esse conhecimento pode ter implicações para a criação de políticas e práticas no local de trabalho. Por exemplo, se os empregadores compreenderem que as diferenças entre os trabalhadores podem ser benéficas para a criatividade e o desempenho no trabalho, poderão incentivar a diversidade nas suas equipes.
Ver mais notícias sobre os temas: | |||
Relacionamentos | Educação | Emoções | |
Ver todos os temas >> |
A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2024 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.