25/05/2012

Algas produzem proteína que impede transmissão da malária

Redação do Diário da Saúde
Algas produzem proteína que impede transmissão da malária
Os cientistas agora querem descobrir se a ingestão da alga pela alimentação pode funcionar como uma vacina contra a malária, ou se a proteína precisará ser injetada.
[Imagem: Gregory et al./PNAS]

Vacina contra a malária

Biólogos da Universidade da Califórnia (EUA) conseguiram produzir uma potencial vacina contra a malária fazendo engenharia genética em algas.

Os testes iniciais com o composto produzido pelas algas indica que ele é capaz de evitar a transmissão da malária.

Apesar de inúmeras tentativas em todo o mundo, ainda não existe uma vacina contra a doença.

Proteína 3D

Parte da dificuldade em criar uma vacina contra a malária está em que isso exige a sintetização de proteínas 3D muito complexas.

Essas proteínas devem ser semelhantes às produzidas pelo parasita Plasmodium falciparum, de modo a forçar o desenvolvimento de anticorpos contra a doença.

A maioria das vacinas criadas por bactérias geneticamente modificadas são proteínas relativamente simples, capazes de forçar o sistema imunológico a produzir anticorpos contra invasores bacterianos.

As proteínas maiores produzidas até agora por esta técnica saem recobertas com açúcares, devido a um processo químico chamado glicossilação.

"A tendência é que o corpo crie anticorpos contra os açúcares, e não contra o núcleo central de aminoácidos da proteína do organismo invasor que você quer inibir," explica Stephen Mayfield, coordenador da pesquisa.

Vacina de comer

O que os pesquisadores fizeram agora foi, primeiro sintetizar a proteína sem os açúcares, e só depois fazê-la dobrar-se de forma a imitar a estrutura 3D do parasita da malária.

Isso foi possível usando uma alga verde comestível, chamada Chlamydomonas reinhardtii.

"É difícil dizer se essas proteínas são perfeitas, mas os anticorpos para as proteínas produzidas pelas algas reconhecem as proteínas nativas da malária e, dentro do mosquito, bloqueiam o desenvolvimento do parasita da malária, de forma que o mosquito não é mais capaz de transmitir a doença," disse o pesquisador.

Segundo ele, o próximo passo é fazer testes para verificar se as proteínas produzidas pela alga também conseguem proteger o ser humano.

E, em segundo lugar, se o efeito da proteína contra a malária é o mesmo quando a alga é injetada ou quando ela é ingerida pela alimentação.

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